Batizada como Marramarra Shack, está localizada em Nova Gales do Sul e é um projeto do estúdio suíço Leopold Banchini Architects.
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Casa Austrália
Casa Austrália / Rory Gardiner

A estética criada pelas cabanas situadas junto a riachos e lagos oferece uma visão incomparável. São pequenas construções que parecem nascer da própria natureza. 

Em geral, tratam-se de espaços elevados sobre estacas ou apoiados em encostas, concebidos para tirar partido da relação direta com a água e com a paisagem, ao mesmo tempo que reduzem o impacto ambiental.

Atualmente, este tipo de construção tem sido revalorizado como uma alternativa sustentável, oferecendo habitações que combinam tradição, inovação e conforto. 

A Marramarra Shack, situada em Nova Gales do Sul, na Austrália, é um exemplo emblemático: uma cabana de madeira que repousa sobre a encosta rochosa de um riacho remoto, integrando-se na história e nos materiais do próprio lugar.

Marramarra Shack
Marramarra Shack Rory Gardiner

Inspirada na história do território

Projetada pelo estúdio suíço Leopold Banchini Architects, a Marramarra Shack recebe o seu nome do riacho homónimo onde se encontra. O design evoca os primeiros assentamentos britânicos em terras Darug, reinterpretando elementos históricos e reutilizando materiais com um forte valor simbólico.

A construção desce pela encosta arenosa, fixada através de fundações em aço que reduzem ao mínimo a pegada sobre o terreno. Esta solução permite que a habitação se apoie de forma sólida sem alterar o ecossistema envolvente

Tanto na estrutura como no mobilário, foram utilizados materiais reciclados, como postes de telégrafo reaproveitados e peças de um antigo cais, conferindo ao projeto uma memória do passado da região.

Design em "escada"
Design em "escada" Rory Gardiner

O exterior da cabana está protegido por painéis de fibrocimento resistentes ao fogo, uma escolha indispensável num contexto australiano onde os incêndios florestais representam uma ameaça recorrente.

No piso superior encontra-se um terraço na cobertura, um pátio e dois quartos. A partir deste ponto, o interior organiza-se em vários níveis, descendo até uma sala de estar com tripla altura, que funciona como o coração da habitação. 

Esta área é dominada por uma grande lareira suspensa, rodeada por assentos e por uma janela panorâmica que se abre para o riacho.

Atrás da lareira, encontra-se uma janela ampla com vista direta para o lago. A abertura é acionada por um engenhoso sistema de roldanas e contrapesos de aparência industrial, reforçando a ligação direta com a paisagem natural. 

Este foi um ponto essencial para o estúdio, que reconhece que o interior “se concentra totalmente numa única janela grande voltada a norte, orientada para a margem do riacho”.

Lareira suspensa
Lareira suspensa Rory Gardiner

Interiores em madeira em níveis escalonados

O interior apresenta um design baseado numa secção longitudinal escalonada que acompanha a inclinação natural do terreno. Para o estúdio, esta “secção longitudinal em desnível, combinada com uma grelha estrutural muito compacta, reconhece a acentuada inclinação do solo onde a casa se insere”. Graças a esta abordagem, os diferentes espaços integram-se numa sequência fluida, ligando quartos, casas de banho e cozinha à sala principal.

As portadas de madeira, situadas na zona central da cabana, permitem abrir os quartos e as casas de banho para a sala, criando ventilação cruzada em todo o interior. A cozinha e os armários foram integrados nos desníveis do piso, entre duas escadas que descem por lados opostos.

Os quartos, localizados na parte superior, têm tetos mais baixos, o que cria uma atmosfera íntima e acolhedora, enquanto na casa de banho principal o teto eleva-se em contraste, dando lugar a um duche de dois níveis iluminado por uma clarabóia.

Casa de banho principal
Casa de banho principal Rory Gardiner

O protagonismo da madeira é absoluto. Está presente nos pavimentos, tetos, paredes e mobiliário, criando uma sensação de aconchego e coerência estética. A escolha dos materiais reforça essa ligação com o lugar: “a madeira de eucalipto, que cresce na região de Darug, é utilizada nas vigas do teto e do chão, enquanto os detalhes e o mobiliário foram feitos com madeira reutilizada do antigo cais construído pelos colonos nas margens do riacho.”

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