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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deu ao povo o poder para decidir o futuro do país. O 'não' às medidas europeias sobrepôs-se ao 'sim' e a vontade do povo fez-se ouvir. Entretanto, esta manhã, Yanis Varoufakis apresentou a sua demissão como ministro das Finanças da Grécia, argumentando que a sua saída vai facilitar as negociações no Eurogrupo. E agora, o que se segue?

O Jornal de Negócios, citado pelo Notícias ao Minuto, apresenta hoje, no pós-referendo, os possíveis caminhos que a Grécia pode seguir.

No melhor dos cenários:

As negociações são retomadas - É um cenário pouco provável, mas ainda assim possível. As vozes dos partidos socialistas gregos pedem uma reconciliação entre governo helénico e crdeores. A verdade é que o 'oxi' afastou ainda mais essa possibilidade. O Banco Central da Grécia pediu um aumento da linha de empréstimos de emergência aos bancos gregos. A proposta será discutida hoje pelos governadores do Banco Central Europeu (BCE).

Um terceiro resgate - Também pouco provável, considerando que esta opção depende da vontade dos credores, e Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, já afirmou que este referendo "quebrou as pontes" entre os líderes da zona euro e a Grécia. Se a vontade em haver maior flexibilidade nos acordos já era pouca, agora é ainda menor. É de lembrar que Atenas já falhou um pagamento ao FMI de 1,6 mil milhões e tem até dia 20 de julho para reembolsar o BCE em 3,5 mil milhões. O terceiro resgate é (pouco) possível, mas as medidas de austeridade não deixarão de existir.

A 'boa disposição' de Merkel e Hollande - A chanceler alemã e o primeiro-ministro francês reúnem-se hoje numa cimeira extraordinária para debater o futuro da Grécia. Daí pode resultar uma disponibilidade para uma abertura a um empréstimo de emergência, onde o BCE 'resgata' os bancos gregos. À semelhança dos dois pontos anteriores, este cenário é também pouco provável.

O pior dos cenários:

Os bancos podem não abrir portas - Sem empréstimos de emergência, o incumprimento decreta a capitalização dos bancos. O problema é apenas um: não há recursos, ou seja, dinheiro. Sem ele, a insolvência da banca helénica é uma possibilidade, o que se traduz na conhecida 'bancarrota'. A recorrência aos depósitos está fora de opção, desde dezembro, o povo já levantou mais de 40 mil milhões dos bancos. É ainda de esperar uma reação muito negativa dos mercados financeiros à situação em que a Grécia está agora envolvida. "A vitória do 'não' deverá pesar nos mercados acionistas europeus, descontando a maior probabilidade de um 'grexit', enquanto os spreads da dívida periférica deverão alargar-se devido aos receios crescentes de um contágio", prevê Steven Santos, analista do banco BiG.

Foram queimadas "as últimas pontes" - Após os resultados do referendo, o líder alemão do partido dos sociais-democratas, Sigmar Gabriel, subscreveu as palavras do líder do Eurogrupo e diz que Tsipras deitou abaixo as pontes que tornavam possíveis mais negociações. Sem elas, são frágeis as condições políticas por parte do lado europeu para que elas existam, o que pode muito bem significar a insolvência (falência) do Estado grego. A JP Morgan, líder mundial em serviços financeiros, já se pronunciou: "A saída da Grécia do euro passou a ser vista como o cenário mais provável. Algo que será caótico".

A ajuda passa de financeira a humanitária - Fora do euro, podem ainda ser feitas transações internas através de senhas emitidas pelo tesouro. Mas não há euros para que isso aconteça. Assim, o povo deixa de ter acesso a bens essenciais. Perante este cenário, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz já referiu que a única saída pode ser um programa de ajuda humanitária para salvar a Grécia.

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