A China tem mais de 50 milhões de casas vazias, sendo este um dos efeitos mais visíveis do desperdício gerado por uma década de crescimento assente na construção. Casas de férias ou habitações vazias de trabalhadores migrados em outras cidades contribuem para o fenómeno, mas são sobretudo as compras para investimento que mantêm a taxa de desocupação alta.
Cerca de 22% do imobiliário urbano na China continua desocupado, revela Gan Li, professor na Universidade de Economia e Finanças de Chengdu, sudoeste da China, e responsável pelo estudo.
"Não há outro país no mundo com uma taxa de desocupação tão alta", diz o académico, citado pela agência Bloomberg, numa notícia depois também dada pela Lusa.
Gan considera que um cenário de "pesadelo" pode ocorrer caso o mercado imobiliário comece a apresentar debilidades, o que levaria os proprietários a lançarem-se numa corrida de vendas, provocando uma queda abrupta dos preços.
"A China seria atingida por uma inundação de casas a entrarem no mercado", descreve.
Milhares de investigadores participaram do estudo, designado China Household Finance Survey, e que abrange um total de 363 áreas em todo o país.
Preços em queda livre
Um relatório publicado recentemente pela agência de avaliação de risco Standard & Poor's (S&P) indica que o preço do imobiliário na China atingiu o seu valor máximo e pode cair até cinco por cento, em 2019.
A agência adverte que as cidades pequenas são "muito mais vulneráveis" a uma possível desaceleração, que poderá fazer com que passem "rapidamente" de "motores de crescimento" a "travões ao crescimento".
Para os promotores imobiliários chineses, os grandes riscos são a "liquidez e refinanciamento", lê-se no relatório, que aponta para um "panorama de financiamento mais desfavorável em anos".
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