
Ponto final naquela que tem tudo para ser uma das operações imobiliárias mais mediáticas do ano. Salto de Castro, a aldeia vazia de Zamora, localizada em Espanha junto à fronteira com Portugal, esteve à venda por 260.000 euros, conforme anunciado pelo idealista/news, mas já tem dono. O comprador, conforme explica Romuald Rodríguez, da Royal Invest, empresa que representa os proprietários, é um empresário de Toledo que tem em mãos um projeto de turismo rural. O negócio ficou fechado por 300.000 euros, mais 15% que o valor de venda inicial.
“Recebemos ofertas da Arábia Saudita, Rússia, Brasil, Reino Unido... investidores de mais de 20 países procuraram-nos", explica Rodríguez. Além disso, a consultora adianta que chegou a receber propostas até 600.000 euros, embora tenham procurado respeitar ao máximo o preço inicial. A operação ainda está, no entanto, pendente de algumas questões administrativas, portanto a venda só será consumada no papel dentro de aproximadamente um mês.
Oscar Torres é o empresário que comprou a localidade. É CEO da Iniciativas Faos e tem mais de 20 anos de experiência no setor da construção. Torres conta com o apoio de um fundo de investimento chileno, tendo iniciado a sua aventura na Iniciativas Faos em 2015.
“Desde 2015 o nosso trabalho não parou de crescer tanto no setor imobiliário residencial e de escritórios como no setor hoteleiro e de autopromoção. Esperamos poder continuar a fazê-lo na mesma proporção tanto no trabalho como na confiança que os clientes depositam em nós”, lê-se no site da Initiatives Faos.

O que há a saber sobre Salto de Castro
A localidade pertence a uma família que a comprou no início dos anos 2000 à Iberdrola. Dedicada ao turismo, a família viu os seus planos serem interrompidos com a crise de 2008, e o seu projeto de transformar esta aldeia numa povoação dedicada ao turismo nunca saiu do papel.
Com a família já afastada do circuito empresarial em Espanha, optaram por passar o testemunho a outros empresários, e daí a sua venda. Esta localidade, anexa a uma albufeira e que faz fronteira com Portugal, tem 44 habitações, cinco das quais independentes.
Possui ainda um bar, uma igreja e uma escola com várias salas de aula, além de uma pousada com projeto de construção de 14 quartos, com refeitório e lavanderia. Segundo os anteriores proprietários, poderá ser adquirida uma licença para albergar 184 locais de turismo rural.
Existe também um antigo quartel da Guarda Civil, uma piscina e zonas desportivas. Isto além de um cais, onde poderá vir a funcionar um barco turístico.
Segundo os anteriores proprietários, quem comprar a aldeia terá acesso a subsídios do Estado e da Junta de Castilla y León. Além disso, de acordo com um estudo anterior elaborado pelos próprios proprietários, o investimento que a localidade precisaria para estar 100% operacional e começar a ser rentável não ultrapassa os dois milhões de euros.
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