Viagem ao Ponte City, o arranha-céus mais alto e decadente de África (vídeo e fotos)

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6 Novembro 2013, 7:34

De ícone da riqueza a paraíso da decadência e do crime. É esta a triste história do edifício Ponte City, localizado em Joanesburgo, África do Sul, que é o arranha-céus mais alto de África. Em causa está uma imponente torre circular de 52 andares que foi construída em 1975, tendo-se tornado num símbolo de status social. antes de cair na decadência, era alvo de cobiça pode parte de todos: com 173 metros de altura, apartamentos de luxo de três pisos com jacuzzi e vistas de perder o fôlego para a cidade, Ponte City era o lugar preferido da elite branca de Joanesburgo.

Mas com a democracia tudo mudou de figura. Na década de 1990, com o fim do Apartheid, muitas gangues converteram o centro da cidade mais povoada da África do Sul num paraíso do crime. Grupos de pessoas que se mudaram para o Ponte City, que passou a ser extremamente perigoso, transformando-se num refúgio de delinquentes.

“Com a democracia começou o declive. Os brancos fugiram do centro de Joanesburgo e os negros ocuparam a torre”, conta o jornalista Malcolm Rees no documentário “Ponte Tower”, do realizador britânico Philip Bloom. Rees é um dos seis cidadãos brancos que ainda vivem nos arranha-céus, todos no último andar.

Em pouco tempo, o edifício perdeu reputação e passo a ser conhecido como a “Torre Escura”, tendo havido planos para transformar o espaço numa enorme prisão circular, à semelhança do que foi visto em filmes como “Brazil” o “Dredd”. Mas tal não se verificou e, em 2007, Ponte City mudou de proprietários, que deram início a um projeto de renovação chamado "New Ponte”. A renovação visava a reabilitação de 467 apartamentos e das áreas comerciais. Visava porque, com a crise, estas ideias não saltaram do papel.

Atualmente, a “Torre Escura” encontra-se numa espécie de limbo. Os proprietários fizeram algumas melhorias nos respetivos imóveis, mas não o suficiente para pôr um ponto final o estigma de edifício maldito: é considerado um dos dez edifícios mais feios do continente africano e no pátio interior (circular) registaram-se mais suicídios que em qualquer outro local da cidade.