
O Banco Popular da China baixou esta quarta-feira, dia 25 de setembro, a taxa de juro de referência para 2%. A decisão foi tomada um dia depois de o banco central chinês ter anunciado uma série de medidas para tentar relançar o crescimento da economia e do imobiliário, que está em crise.
Com esta nova redução dos juros na China, a taxa dos empréstimos a médio prazo às instituições financeiras (MLF) foi reduzida de 2,3% para 2%, anunciou o banco central, em comunicado. Este foi um corte amplamente antecipado pelos economistas. A última vez que esta taxa foi reduzida foi em julho passado.
Na terça-feira, o banco central da China anunciou medidas de apoio ao consumo e ao setor imobiliário, na esperança de revigorar a atividade da segunda maior economia do mundo. As medidas anunciadas incluíram reduções das taxas de juro diretoras e das taxas de juro do crédito.
Pequim vai “reduzir o rácio de reservas obrigatórias (RRR) e baixar a taxa de juro de referência do mercado”, anunciou o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, numa conferência de imprensa em Pequim na terça-feira.
O rácio de reservas obrigatórias vai ser reduzido “em breve” em 0,5%, para fornecer aos mercados financeiros uma injeção de liquidez a longo prazo de cerca de um bilião de yuan (128.000 milhões de euros), anunciou Pan.
Na ocasião, o presidente o banco central chinês também avançou que iria “reduzir as taxas de juro dos empréstimos hipotecários existentes e unificar os rácios de entrada para os empréstimos hipotecários”.
Os bancos comerciais vão ser assim “levados a baixar as taxas de juro dos empréstimos hipotecários existentes para um nível próximo das taxas de juro dos novos empréstimos”, descreveu.
As autoridades chinesas estabeleceram a meta de crescimento do produto interno bruto (PIB) para este ano em cerca de 5%, um objetivo considerado otimista por muitos economistas, dadas as dificuldades atuais.

Crise no imobiliário na China continua sem fim à vista
Mais de um ano e meio após o levantamento das restrições sanitárias que paralisaram a economia do país asiático, a tão esperada recuperação pós-pandemia foi breve e menos robusta do que o esperado. O país continua a ser penalizado por uma prolongada crise no setor imobiliário, elevado desemprego jovem e fraco consumo das famílias, o que suscitou riscos deflacionários.
O setor da habitação e da construção representa há muito mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento das condições de acesso ao crédito por parte de Pequim para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento.
Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços está a desencorajar os chineses de investir no setor imobiliário.
Nos últimos meses, as autoridades chinesas intensificaram as medidas de estímulo: em maio, por exemplo, reduziram o depósito exigido para a compra do primeiro imóvel e propuseram que as autarquias locais comprassem as casas não vendidas ou não entregues.
As autarquias locais enfrentam uma dívida crescente de 5,6 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros), de acordo com o governo central, o que suscita preocupações quanto à estabilidade da economia chinesa.
Pequim vai “cooperar ativamente na resolução dos riscos associados ao imobiliário e à dívida das administrações locais”, afirmou o chefe da Administração Central de Regulação Financeira, Li Yunze, que falou ao lado do presidente do banco central.
“O setor financeiro chinês, em particular as principais instituições financeiras, funciona de forma estável e os riscos são controláveis”, insistiu. “Manteremos firmemente o objetivo de prevenir riscos financeiros sistémicos”, apontou.
*Com Lusa
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