Lavar os dentes impõe-se no nosso dia-a-dia quase tanto como qualquer outra necessidade básica. Mas de básico pouco tem. Tanto é que, “uma grande parte da população, infelizmente, não escova os dentes de forma adequada”, afirma a dentista Inês Gomes ao idealista/news.
Isto vê-se na técnica de lavagem aplicada, e também, no tipo de cerdas escolhido. Ambos capazes de derrubar uma boa higiene e saúde oral.
A médica-dentista trouxe para a conversa alguns conselhos, mas também chamadas de atenção porque, no final do dia, importa preservar-se dentes e gengivas saudáveis.
- Dentro do universo das escovas de dentes, a qual devemos deitar a mão?
- Qual o material mais indicado para as cerdas das escovas?
- E quem sofre de gengivite ou periodontite, deve optar por qual?
- Há uma idade mínima para se usar escova elétrica?
- Fio dental antes ou depois de escovar os dentes?
- Os hábitos comuns e restauração deles
Dentro do universo das escovas de dentes, a qual devemos deitar a mão?
Quando nasce o primeiro dente de leite, nasce com ele a necessidade de comprar-se uma escova de dentes e, a partir daí, emerge um hábito que não nos larga mais. Mas não é apenas a prática que leva à perfeição, sobretudo se aquando desta prática for usada uma escova que não é a ideal.
Dentro do vasto leque de oferta, pode abrir-se caminho para dois lados: escova elétrica e escova manual. De acordo com a Dra. Inês Gomes, ambas podem ser eficazes, “desde que sejam utilizadas corretamente e durante o tempo adequado, isto é, cerca de dois minutos, duas a três vezes por dia”.
Estas têm, no entanto, vantagens e desvantagens enumeradas pela dentista.
Escovas manuais: acessibilidade e tradição na mão
São as mais comumente encontradas em prateleiras de farmácias e supermercados e apresentam-se como uma opção prática já que não exigem carregamento.
Vantagens
- Opção mais simples e acessível em termos económicos;
- Maior diversidade a nível de tamanhos de cabeça e dureza das cerdas.
Desvantagens
- Exige maior técnica de escovagem para remover a placa bacteriana;
- Requer maior atenção face à pressão aplicada para não agredir as gengivas.
Escovas elétricas: controlo de força e modernidade
Um dia alguém olhou para as escovas tradicionais e deve ter pensado, porque não fazer um upgrade? Certo é que as escovas elétricas foram desenhadas para facilitar e tornar mais eficaz a lavagem dos dentes, especialmente as que têm movimento oscilatório-rotatório ou sónico, destaca a dentista.
Afinal, um bom negócio nasce a partir das fraquezas de mercado.
Vantagens
- Adequada para quem não têm uma boa técnica de escovagem – tendo em conta que “realiza movimentos automáticos removendo a placa bacteriana de forma mais eficiente”;
- Tem temporizador – pode “aumentar a qualidade da escovagem, pois ajuda a garantir que esta dura o tempo necessário”;
- Conta com sensor de pressão – contribuir para “diminuir o sangramento e inflamação gengival que a escovagem mais agressiva pode provocar”.
Desvantagens
- Preço mais elevado;
- Necessidade de recarregar bateria;
- Pouca variedade “que ainda existe no que toca a formatos das cabeças das escovas”.
Qual o material mais indicado para as cerdas das escovas?
Não é só o modelo da escova que entra para a equação. Independentemente de ser elétrica ou manual é fundamental que se olhe para os filamentos que a compõem.
“As cerdas médias ou duras, sobretudo quando usadas com força excessiva, podem causar retração gengival e sensibilidade dentária”, começa por afirmar a médica-dentista.
Desta forma, no caso das escovas manuais, o ideal “é sempre optar por uma que tenha cerdas macias e uma cabeça pequena e de ponta arredondada, para alcançar zonas de difícil acesso, como os dentes do siso”.
Por outro lado, para escovas elétricas é recomendado que estas tenham um movimento oscilatório-rotatório ou sónico, cabeça pequena e sensor de pressão.
De três em três meses, devem ser substituídas por umas novas, ou mais cedo se as cerdas se mostrarem deformadas ou danificadas.
E quem sofre de gengivite ou periodontite, deve optar por qual?
Segundo a Dra. Inês Gomes, hoje em dia já existem marcas no mercado que disponibilizam escovas com características específicas para pessoas que sofrem de doenças periodontais.
Sem direcionar a resposta para um tipo de modelo, a dentista apontou que nestes casos, o mais importante é que a escova tenha as cerdas o mais macias possíveis. Porém, e tendo em conta que “cada situação requer cuidados específicos, deve sempre seguir-se as recomendações do próprio médico-dentista”, advertiu.
Há uma idade mínima para se usar escova elétrica?
“Lavar os dentes, xixi, cama”, propaga-se diariamente a voz das mães pela casa com o intuito de fazer chega-la aos filhos pequenos, durante a rotina noturna. Mas ao prontificarem-se para cumprirem a primeira tarefa, podem fazê-lo com uma escova elétrica?
Inês Gomes defende que a utilização deste tipo de escova não requer propriamente uma idade mínima, mas há-que ter em conta a autonomia e destreza motora de cada criança.
“Em traços gerais, estas podem ser usadas conquanto que a escova seja apropriada ao tamanho da arcada dentária da criança e a escovagem seja supervisionada por um adulto”, acrescentou.
De acordo com a dentista, esta pode ser para as crianças uma forma mais dinâmica de lavarem os dentes por comparação à escovagem normal, incentivando-as a fazerem-no com regularidade e eficácia.
Talvez por esta via as mães não tenham que dizer repetitivamente a célebre frase.
Fio dental antes ou depois de escovar os dentes?
Escovar os dentes e não se fazer uso do fio dental ou escovilhão é a mesma coisa que deixar um trabalho feito pela metade.
Porquê? Este “é um complemento essencial à escovagem porque só desta forma conseguimos eliminar os resíduos acumulados entre os dentes”, reforça e insiste a médica-dentista.
O ideal é utilizar o fio dentário inicialmente e, em seguida, escovar-se os dentes. Sendo que este processo deve ser repetido, duas a três vezes por dia.
Os hábitos comuns e restauração deles
Os autocarros que levam à escola não esperam e o ponteiro dos relógios pressionam relembrando que irás chegar atrasado ao trabalho, durante a rotina matinal. À noite, o cansaço leva a melhor e ânsia de ir para a cama é tal, que atropela muitas vezes a eficácia na escovagem dos dentes.
Consequência? Uma tarefa feita em passo acelerado, para despachar e sem qualquer controlo de pressão ou cuidado.
“É comum vermos casos onde a escovagem dura menos de dois minutos, é aplicada força excessiva e não é utilizada a técnica mais correta. Tudo isto são fatores que podem causar sangramento e inflamação a nível da gengiva e até potenciar o aparecimento de retrações gengivais”, alertou Inês Gomes.
Dicas para uma escovagem mais eficaz
Para a dentista há pontos fundamentais que faz questão de destacar:
- Não escovar os dentes de forma apressada – “usar um temporizador caso necessário e colocar sempre a escova num ângulo de 45 graus em relação à gengiva (não de forma horizontal), fazendo depois movimentos suaves”;
- Não utilizar excesso de força – “uma dica útil é tentar pegar na escova com apenas o polegar e o indicador, diminuindo assim a pressão aplicada”.
A médica-dentista não finalizou a conversa sem salientar a importância de marcar presença no dentista pelo menos de 6 em 6 meses para garantir uma boa higiene e saúde oral. “É um fator essencial para a deteção de qualquer tipo de problema num estado ainda inicial”, concluiu.
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