
O ano novo chinês começou com a lua nova no passado dia 10 de fevereiro. A China ficou em festa, e todas as comunidades chinesas espalhadas pelo globo, tal como é tradição todos os anos, durante longos 15 dias.
A China em festa
Todos os anos a celebração do ano novo chinês ocorre entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro, se seguirmos os calendários ocidentais, e estende-se até à lua cheia seguinte. Os chineses seguem as fases da lua como referência de como celebrar o começo do novo ano e cada ano novo lunar (ou ano novo chinês) é considerado um dos feriados mais importantes, não apenas na China, mas em vários países asiáticos.

A festança não é apenas uma ou duas noites, como se celebra em Portugal: alonga-se durante sete dias consecutivos de férias onde o país inteiro participa no famoso Festival da Primavera (nome utilizado quando se fala das festas de ano novo), que simboliza a chegada da nova estação, onde as flores desabrocham e as árvores voltam a sorrir.
O final das férias de ano novo assinala-se com o Festival das Lanternas, uma verdadeira relíquia para os olhos. No último dia das férias e das comemorações de ano novo os céus iluminam-se e há exposições de luzes pelo país fora, pelas ruas, nas casas, nos templos, nos jardins. Durante a noite, faz-se um desfile com as brilhantes lanternas assim como ano novo chinês. As lanternas simbolizam o contacto com boas energias e atraem ventura para o novo ano e o dragão simboliza, para os chineses, a boa sorte.

Um final de ano cheio de tradições
Uma das tradições que os chineses não negam é a limpeza da casa. Uma limpeza a fundo para se remodelar, renovar e reciclar o que já não serve, o que já não se usa ou o que, por uma razão ou por outra, não deve ser mantido em casa para o novo ano que se avizinha. Libertam-se energias estagnadas, abrem-se portas para novas experiências e energias que irão entrar, agora com a casa limpa e preparada para uma nova fase.
Mas contrariamente à tradição da limpeza da casa, outro curioso costume chinês é a regra de não se tomar banho ou levar o lixo para a rua no dia de ano novo, pois não se quer tirar a boa sorte da casa (que aconteceria se se levasse o lixo para o contentor) e não se quer lavar a boa sorte do corpo (que aconteceria se tomássemos banho). Felizmente que a tradição do duche só se aplica durante um dia e o lixo só pode ser levado para a rua depois do dia 5.

Outras tradições peculiares são não proferir palavras que tragam más energias, como morte ou doença; não discutir ou dizer palavrões; não partir coisas nem usar objetos afiados, como tesouras ou facas; não cortar o cabelo.
Faz-se ainda a famosa troca dos cartões vermelhos, oferecidos às crianças, com dinheiro lá dentro. Elas recebem os envelopes vermelhos dos mais velhos que, simbolicamente, transmitirão aos mais novos a fortuna e boa sorte. Dinheiro sortudo que pode ser oferecido não só às crianças mas também entre amigos, familiares ou colegas de trabalho.

Neste período as rezas são o pão nosso de cada dia, e especialmente no último dia. Reza-se aos deuses, pede-se saúde, boa sorte e boas plantações, que as árvores deem frutos e as flores desabrochem. As famílias também rezam aos seus ancestrais, tratados também como deuses, para trazer apoio e proteção.
2024 é o Ano do Dragão
O ano novo chinês marca a transição entre signos do zodíaco chinês. 2023 foi o ano do coelho e 2024 é o ano do dragão. Este calendário chinês é incrivelmente complexo onde se utilizam 12 animais diferentes para representar um ciclo de 12 anos, pela seguinte ordem: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco.

Cada signo do calendário chinês tem um dos cinco elementos associado. Segundo a tradição chinesa, os cinco elementos são o metal, a água, a madeira, o fogo e a terra. O ano de 2024, para além de ser o ano do dragão, é também o da madeira.
O teu signo do zodíaco é calculado de acordo com o ano em que nasceste. O ano passado tivemos muitos coelhos bebés, este ano vamos ter dragões bebés, para o ano (2025) vão nascer serpentes bebés, e por aí fora. As pessoas que partilham o mesmo signo terão personalidades diferentes se o elemento do signo respetivo for também diferente. Os que nascerão este ano, no dragão de madeira, terão traços de personalidade distintas dos que nascerão no próximo ano do dragão, que acontecerá em 2036, onde o dragão será o do fogo.
Características do Dragão
O dragão é uma figura poderosa, com dinamismo, vitalidade, energia e com um lado visionário e idealista e, ainda assim, algo romântico. Os que nasceram no signo do dragão (independentemente do seu elemento) são pessoas que têm um caráter e personalidade definidos, confiantes de si mesmos e com uma sensação de individualidade mais forte do que qualquer outro signo da astrologia chinesa.

Magnificência, benevolência, confiança, generosidade, ambição. Estes são os traços gerais que traçam a personalidade de uma alma nascida no ano de dragão. Na cultura chinesa estas criaturas míticas representam muito poder e são os dadores da abundância e longevidade.
A auto-confiança é o seu nome do meio e agarram-se aos seus ideias para o benefício de outros, de uma comunidade ou causa maior.
Os dragões são fortes, independentes e conseguem lidar com muita coisa, mas também precisam de suporte, carinho e amor (quem é que não se lembra do dragão do Shrek, que tão delicadamente demonstra o seu lado emotivo?).
São aventurosos, corajosos e com um certo grau de sabedoria, e amados e admirados por muitos devido ao seu carisma inato. E é exatamente aí que se encontra a sua grande lição: ter humildade e gratidão, não ser temperamental nem impulsivo e retribuir o amor e admiração que lhe oferecem – de forma plena e verdadeira.

Não conseguem estar sozinhos durante muito tempo, falta-lhes companhia, e podem mesmo sentir-se desesperados. Quando finalmente a encontram, encontrarão um tesouro que jamais o deixarão perder.
O dragão tem muitas qualidades e pontos fortes na sua personalidade, mas é importante prestar atenção aos pontos que podem ser trabalhados e melhorados, como a tendência para dominar, para o egotismo, ingenuidade, teimosia (acham sempre que têm razão) e comportamento temperamental e centrado em si próprio.
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