Comprar casa

segundo as estatísticas da construção e habitação 2011, do instituto nacional de estatística (ine), o valor médio dos imóveis transaccionados no ano passado decresceu 20% face a 2010.

o segmento imobiliário de luxo costuma passar ao lado da crise, pelo menos tem sido essa a tendência nos últimos anos. uma “regra”, no entanto, que não se verificou este ano, já que nem os imóveis de luxo escaparam à quebra de vendas.

a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação bateu um novo mínimo em novembro, fixando-se em 1,701%.

o mercado imobiliário está a atravessar um momento bastante delicado. primeiro porque os bancos fecharam a torneira ao crédito à habitação, pelo que há menos portugueses a comprar casa própria, e depois porque o mercado de arrendamento ainda pratica preços bastante elevados.

o preço das casas novas na china aumentou em novembro face ao mês anterior.

os portugueses parecem estar a apostar cada vez mais no mercado de arrendamento, até porque a banca está a dificultar o acesso ao crédito à habitação.

esta é mais uma consequência da crise e da austeridade que se vive em portugal.

o mercado de arrendamento está a ganhar cada vez mais adeptos, apesar de portugal ser um país tradicionalmente de proprietários e não de inquilinos.

a partir desta segunda-feira (dia 10) os bancos estão proibidos de aumentar o “spread” (margem de lucro) do crédito à habitação das famílias que queiram arrendar a casa ou cujo empréstimo seja renegociado por causa de divórcio.

a crise faz-se sentir um pouco por toda a europa, sendo que um dos sectores que mais se ressente é o imobiliário, que vê os preços das casas cair ano após ano.

os portugueses estão a comprar cada vez menos casas, e só este ano – entre janeiro e agosto – foram vendidos menos 27.9% de imóveis que no mesmo período de 2011.

a crise no sector imobiliário também parece ter chegado ao segmento de luxo, visto que nos últimos dois anos, o preço destes imóveis baixou cerca de 30%. ainda assim, a procura é escassa, ao contrário da oferta.

a crise e a austeridade estão a fazer com que haja cada vez mais pessoas a ter de entregar a casa ao banco porque não conseguem pagar a prestação da mesma.

a bonificação do crédito à habitação vai deixar de abranger os agregados familiares com rendimentos superiores a 25.460 euros por ano, que passará a ser o novo limite máximo para as famílias poderem beneficiar deste regime.

os bancos estão a fechar a torneira ao crédito à habitação, o que não quer dizer que os portugueses não optem por comprar casa. pelo contrário, estão a aproveitar o facto de haver imóveis mais acessíveis no mercado e compram-nos a pronto pagamento.

entra esta segunda-feira (dia 12) em vigor o novo regime extraordinário do crédito à habitação, que visa evitar a entrega da casa aos bancos por parte das famílias que se encontrem em situação económica muito difícil.

é cada vez mais moroso conseguir vender casa em portugal, o que ajuda ao facto de estar a aumentar a procura de casas no mercado de arrendamento. segundo o barómetro mensal do portal imovirtual, o tempo de venda de casa subiu quase dois meses em setembro, quando comparado com agosto.

há 12 meses seguidos que a mensalidade a pagar ao banco pela concessão de crédito à habitação está a baixar.

os bancos estão a fechar a torneira ao crédito à habitação, a avaliar as casas “por baixo” e a subir os “spreads” (maioria dos bancos cobra juros superiores a 3%), o que complica a concessão de um empréstimo para a compra de casa.

as taxas euribor a três e seis meses ficaram esta segunda-feira inalteradas, após um longo período de quedas. no prazo a seis meses, que em portugal serve de referência para os créditos à habitação, a taxa manteve-se nos 0,405%.

o secretário regional dos assuntos sociais, francisco ramos, revelou que o governo regional vai apoiar até ao final do ano 100 famílias com dificuldades para pagar a prestação ou a renda da casa.

o levantamento da proibição de vender casas em cuba, em vigor desde novembro do ano passado, está a dinamizar o mercado imobiliário do país, que permaneceu ostracizado durante mais de cinquenta anos.