Lisboa e a sua área metropolitana são um verdadeiro festim para os sentidos, onde a gastronomia é tão vibrante e cosmopolita como a própria cidade. Aqui, tradição e inovação convivem lado a lado, criando uma oferta culinária rica, variada e cheia de sabor.
Nas tascas escondidas entre vielas ou nos restaurantes à beira-rio com vista para o Tejo, a comida conta histórias de gerações. Das sardinhas assadas às receitas tradicionais, como o bife à marrare, descobre quais são os pratos típicos da Área Metropolitana de Lisboa.
Sardinhas Assadas
A sardinha assada é um dos pratos mais emblemáticos da gastronomia portuguesa, especialmente apreciado durante os meses de verão. A sua preparação simples realça o sabor autêntico deste peixe, frequentemente servido com pão, batatas cozidas e pimentos assados. Esta tradição culinária está profundamente enraizada na cultura portuguesa, sendo um elemento central nas festas dos Santos Populares, como o Santo António em Lisboa, onde as ruas se enchem de aromas e celebrações em torno da sardinha assada.
Além de ser um prato tradicional, a sardinha assada foi reconhecida como uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal, destacando-se pela sua importância cultural e histórica. A sardinha portuguesa também recebeu a certificação de sustentabilidade do Marine Stewardship Council (MSC), refletindo o compromisso do país com práticas de pesca responsáveis e a preservação dos recursos marinhos.
Bife à Marrare
Criado por António Marrare, um cidadão napolitano que viveu em Lisboa no final do século XVIII, este prato nasceu no Café Marrare das Sete Portas, fundado em 1804 na Rua dos Sapateiros. Os cafés de Marrare tornaram-se pontos de encontro da sociedade lisboeta da época, e foi neste ambiente que o bife ganhou notoriedade, tornando-se um ícone da culinária da cidade.
A receita tradicional do Bife à Marrare é simples, mas rica em sabor. Utiliza carne de vaca, geralmente do pojadouro, temperada com sal e pimenta, frita em manteiga e servida com um molho cremoso feito à base de natas.
Amêijoas à Bulhão Pato
As Amêijoas à Bulhão Pato são um petisco tradicional que destaca os sabores marítimos da região, temperado com alho, coentros e limão. Este prato remonta ao século XIX e presta homenagem ao poeta e gastrónomo Raimundo António de Bulhão Pato. Embora não tenha sido o criador da receita, acredita-se que o prato foi desenvolvido por um chef lisboeta que, admirando o poeta, decidiu atribuir-lhe o nome da iguaria.
A receita tradicional das amêijoas à Bulhão Pato é valorizada pela sua simplicidade e frescura dos ingredientes. As amêijoas são cozinhadas em azeite quente com alho picado, sendo depois adicionados coentros frescos e um toque de limão para realçar os sabores. Este prato é frequentemente servido como entrada ou petisco, acompanhado de pão para aproveitar o molho aromático.
Pataniscas de bacalhau
As pataniscas de bacalhau são um prato tradicional da gastronomia portuguesa, com origem na região da Estremadura, especialmente em Lisboa. Este petisco consiste em lascas de bacalhau envolvidas num polme de farinha de trigo, ovos, cebola e salsa, fritas até ficarem douradas e crocantes. A sua forma é geralmente achatada e irregular, sendo apreciadas tanto como prato principal, acompanhadas por arroz de tomate ou feijão, como em sandes ou como petisco em tascas e tabernas.
A história das pataniscas remonta ao século XIX, quando surgiram como uma forma prática e saborosa de aproveitar o bacalhau, um ingrediente central na dieta portuguesa. Inicialmente, o bacalhau era utilizado cru, bem demolhado, e marinado em leite e limão, evoluindo posteriormente para a versão cozida que conhecemos hoje. A primeira receita moderna com o nome "pataniscas de bacalhau" surgiu em 1973, no livro "Cozinha Regional Portuguesa" de Maria Odete Cortes Valente.
As especialidades da região e onde encontrar
Entre as especialidades mais emblemáticas destaca-se o choco frito de Setúbal, um prato simples mas irresistível, onde o choco é cortado em tiras, envolvido em polme e frito até ficar dourado e crocante. Outro prato típico são as iscas com elas, uma iguaria lisboeta feita com fígado de porco marinado e frito, servido com batatas cozidas, que reflete a simplicidade e o sabor da cozinha tradicional. Os peixinhos da horta, vagens de feijão-verde envoltas em polme e fritas, são outro exemplo da criatividade portuguesa na transformação de ingredientes simples em petiscos deliciosos.
Na doçaria, os pastéis de Belém são incontornáveis, com a sua receita secreta desde 1837, originária do Mosteiro dos Jerónimos, e que continua a atrair milhares de visitantes diariamente.
Em Sintra, as queijadas, cuja origem remonta ao século XIII, são feitas com queijo fresco, açúcar, ovos, farinha e canela, envoltas numa massa crocante. Os travesseiros de Sintra, criados na década de 1940 na pastelaria Piriquita, são feitos com massa folhada e recheados com doce de ovos e amêndoa, sendo uma das iguarias mais procuradas pelos visitantes da vila. Para quem deseja mudar-se para a Área Metropolitana de Lisboa ou passar uns dias de descanso, aqui estão os anúncios mais recentes do idealista:
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