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O setor financeiro português está convencido de que o negócio do crédito à habitação vai continuar em alta, animado pela "guerra" de spreads baratos entre as instituições financeiras. Esta é a visão de cinco bancos inquiridos pelo Banco de Portugal, sendo que a maior parte antecipa que a procura por empréstimos por parte dos particulares continue a aumentar no terceiro trimestre do ano e que as políticas de concessão se mantenham sem alterações.

É uma continuação da tendência registada no segundo trimestre. Nesse período "no segmento dos particulares, duas instituições indicaram um ligeiro aumento da procura de empréstimos, quer para aquisição de habitação, quer para consumo e outros fins, e uma instituição indicou uma evolução semelhante apenas no segmento dos empréstimos para consumo e outros fins".

Os bancos explicam esta tendência com "o aumento da confiança dos consumidores e, no segmento da habitação, também o nível geral das taxas de juro". Outro dos motivos apontados por uma das entidades que participaram no inquérito foram "as perspetivas sobre o mercado de habitação, incluindo a evolução dos preços", que "terá também tido um impacto positivo na procura".

Estas previsões que surgem num contexto de maior competitividade entre os principais bancos nacionais para conquistar quota de mercado no crédito e que motivou, recentemente, uma revisão em baixa do spread no crédito à habitação pelo BCP para 1,25%, igualando o spread oferecido pelo Santander. Em junho, o Banco CTT decidiu reduzir para 1,30% o spread mínimo possível de negociar com o banco.

O inquérito revelou ainda que "nenhuma das instituições antecipa alterações nos critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro". Isto depois de no segundo trimestre "os termos e condições aplicados nos empréstimos a particulares" terem permanecido "relativamente inalterados".

Apenas um banco "reportou uma ligeira diminuição da restritividade, ao nível das maturidades no caso do crédito para habitação, e reflectida numa ligeira redução dos spreads nos empréstimos de risco médio, no caso do crédito ao consumo", o que foi justificado "pela pressão exercida pela concorrência".

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