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O Produto Interno Bruto (PIB), que serve para ajudar a medir a saúde económica de um país, registou em Portugal um crescimento de 1,6% no terceiro trimestre, face ao mesmo período de 2015 e 0,8% numa comparação em cadeia. O que aconteceu para motivar estes resultados que tornam mais próximo o cumprimento da meta de 1,2% para o total do ano e superaram as expetativas dos analistas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) explica os números com uma melhoria global das exportações, sublinhando o contributo positivo da procura externa e interna, destacando a maior aquisição de bens não duradouros por parte dos portugueses. 

As explicações dos analistas

“Para nós foi uma surpresa, [o avanço] foi bastante positivo e significa que não será necessário crescer tanto no último trimestre do ano para o Governo atingir os objetivos orçamentais para este ano. Torna-se mais provável alcançá-los", observa economista chefe do BPI, Paula Carvalho, economista chefe do BPIcitada pelo Dinheiro Vivo, frisando porém que "este cenário não é isento de risco dado que os riscos globais no próximo ano são significativos mas, como são sobretudo de natureza política, o seu impacto na atividade económica é incerto".

Rui Bárbara, economista do Banco Carregosa, por seu lado disse ao jornal que “idubitavelmente são boas notícias, mas é preciso perceber se esta subida tem significado, se é relevante, se é repetível, se é sustentada e equilibrada entre as variáveis que compõem o PIB. Não sabemos se as exportações subiram pontualmente ou por alguma razão que desconhecemos…" 

Já Filipe Garcia, responsável de Informação em Mercados Financeiros, em declarações à Reuters, afirma que "o modelo de crescimento baseado na tentativa de promoção do consumo privado continua a não parecer ser o caminho mais adequado para se chegar a um crescimento sustentado. A procura interna teve um contributo negativo de julho a setembro. Preocupa-nos o que estará a acontecer ao investimento, que não deixa de ser a semente de crescimento futuro e que, receamos, terá tido mais um mau trimestre. O crescimento homólogo de 1,6% provavelmente será bem recebido pelos analistas internacionais. Trata-se ainda de uma taxa de crescimento baixa e é uma dinâmica que carece de confirmação nos trimestres seguintes, mas parece ser um bom número.”   

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