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Crise do “subprime” foi há dez anos
GTRES

Foi a 9 de agosto de 2007 que os mercados se aperceberam dos riscos que os créditos hipotecários “subprime” nos EUA representavam para o sistema económico e financeiro mundial. Ou seja, há dez anos o mundo começou a perceber as implicações da concessão de empréstimos hipotecários de alto risco nos EUA. Estes tinham juros elevados e eram destinados a clientes que não ofereciam garantias suficientes para beneficiar de taxas de juros normais.

O crédito estava tão facilitado que muitos dos clientes não tinham rendimentos, emprego e ativos, escreve o Jornal Económico, salientando que este cenário acontecia em tempos de bolha imobiliária.

Segundo a publicação, os clientes tinham acesso a crédito à habitação com taxas de juro iniciais relativamente baixas e os bancos tinham os imóveis como garantia, o problema é que estas taxas de juro baixas eram por um tempo determinado e depois subiam. Uma situação que levou a um aumento dos incumprimentos e do crédito malparado e que provocou o colapso da bolha imobiliária.

Já os bancos e as empresas de investimento que tinham estado a comprar e a vender estes créditos, muitas vezes agrupando-os com ativos de menor risco, foram obrigados a reconhecer perdas substanciais e a retrair-se de conceder novos empréstimos (a clientes e no mercado inter-bancário), criando o credit crunch (o apertar da oferta de crédito) e uma crise financeira global que rapidamente se transformou em recessão económica.

O fenómeno teve impacto em todo o mundo. Em Paris, por exemplo, o BNP Paribas informou que decidiu “congelar” 2.200 milhões de euros em amortizações, ou seja, de capital que tinha de pagar aos investidores em dois fundos.

Entretanto, e segundo a Euronews, o banco francês foi um dos primeiros na Europa a reconhecer que não tinha dinheiro suficiente para cumprir as suas obrigações. Uma semana mais tarde, o britânico Northern Rock admitiu ter ficado sem dinheiro e o governo decidiu nacionalizá-lo para o salvar da falência, tendo o fenómeno ganho novos contornos com a crise a chegar ao nova-iorquino Lehman Brothers, um banco de investimentos com mais de 150 anos de história.

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