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Bancos não avaliam capacidade financeira dos consumidores antes de concederem crédito
GTRES

Os bancos não estão a avaliar a capacidade financeira dos consumidores antes de concederem crédito. O alerta é dado pelo Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

Um aviso que surge depois do Gabinete de Proteção Financeira (GPF), do mesmo organismo, constatar que houve um aumento de pedidos de ajuda de famílias com dificuldades financeiras.

“Verificámos que após o diagnóstico da situação financeira das famílias uma parte significativa destas pedem ajuda para a renegociação de créditos concedidos em 2018, num momento em  que já se encontravam numa situação económica difícil ou seja já manifestavam causas que as impossibilitavam de contrair mais crédito”, lê-se num comunicado divulgado pelo GAS

Um exemplo dado pela entidade é relativo a dois créditos concedidos no ano passado a uma família – um pessoal e outro automóvel – em que um dos elementos do agregado se reformou antecipadamente por motivos de saúde em 2018, estando o cônjuge numa situação de trabalho temporário desde 2014, quando ficou desempregada.

Segundo o GAS, verifica-se que no caso desta família, “tendo em consideração a sua situação profissional, o seu rendimento e a sua taxa de esforço, não deveriam ter contraído crédito desde 2014”. “No entanto o que se verifica é que as instituições bancárias lhes concederam crédito em 2015, 2016, 2017, 2018”, conclui a entidade.

Trata-se de um alerta que surge depois do Banco de Portugal (BdP) ter definido “procedimentos e critérios que devem ser aplicados pelas instituições de crédito na avaliação da solvabilidade dos consumidores aquando da concessão de crédito”. “Procedimentos e critérios esses que não estão a ser cumpridos pelas instituições bancárias, nomeadamente na concessão de cartões de crédito, créditos pessoais e crédito automóvel”, afirma o GAS. 

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