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Passadeiras arco-irís em Lisboa ficam por pintar por serem ilegais
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No dia 17 de maio de 2019, as passadeiras da avenida Almirante Reis, em Lisboa, iam ser pintadas com as cores da bandeira LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo) para assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. A proposta, do CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Arroios, foi aprovada por unanimidade, mas afinal a iniciativa "é ilegal" em Portugal, e as passadeiras já não vão poder ser pintadas. 

A presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, explica que as sinalizações rodoviárias, por lei, têm de estar pintadas de branco.

Quando a medida foi aprovada na reunião da Assembleia de Freguesia de Arroios de segunda-feira passada, "não se pensou no assunto”, assumiu a autarca Margarida Martins ao Observador, revelando que, em alternativa, vai ser criada uma medida de sensibilização no mesmo local, cujos moldes ainda estão por definir: “Estamos a falar com todas as entidades para chegar a um consenso”.

Margarida Martins defendeu o caráter simbólico das passadeiras arco-íris, e não valoriza as críticas que a iniciativa suscitou, inclusivamente dentro do próprio CDS: “É uma polémica fora do seu tempo. Há polémica por uma passadeira quando nós vamos ter um centro LGBT e um centro da diversidade? Quando o próprio CDS aprovou o centro LGBT?”. Mais, a socialista rejeitou as acusações de gasto excessivo de fundos públicos com a iniciativa: “Se isto fosse desperdício então não se fazia nada na cidade por causa nenhuma“.

Tal foi a polémica que gerou a iniciativa, que um dos autores da proposta da instalação de passadeiras arco-íris, na freguesia de Arroios, em Lisboa, saiu do partido. Vitor Teles, membro do CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Arroios, revelou, através de uma publicação no Facebook citada pelo Observador, que apresentou esta quinta-feira o pedido de desfiliação do partido.

Vitor Teles adiantou que irá manter-se “na qualidade de independente, como membro da Assembleia de Freguesia de Arroios”, por “dever de cidadania para com todos os fregueses” que votaram dele e onde, diz, continuará a bater-se “pelos valores da democracia cristã” em que acredita.

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