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Mario Draghi diz que é hora dos governos também ajudarem a economia
Mario Draghi, presidente do BCE GTRES

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira (12 de setembro de 2019) o corte da taxa de depósito para -0,5%, o que acontece pela primeira vez desde 2016, e lançou um novo e ambicioso pacote de medidas para tentar estimular a economia. Mas tais medidas podem ser insuficientes, avisou Mario Draghi, presidente do BCE, lembrando que os governos têm de começar a ajudar: “Já é tempo da política internacional tomar conta da situação”. Já a taxa diretora do BCE mantém-se em 0%.  

Na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio das novas medidas de estímulo – incluem, além da descida da taxa de juro de depósito de -0,4% para -0,5%, o reinício das compras de dívida pública por parte do banco central –, Mario Draghi alertou para a necessidade dos governos com políticas orçamentais mais expansionistas colaborem com o BCE na tarefa de reduzir os riscos de recessão na economia. 

O crescimento que aconteceu nos últimos seis/sete anos na economia da zona euro foi praticamente todo justificado pelo que foi feito pela política monetária. Já é tempo da política orçamental tomar conta da situação”, disse o presidente do BCE, cujo mandato acaba no final de outubro – será substituído no cargo por Christine Lagarde. 

Segundo o Público, que cita Mario Draghi, os Estados com espaço de manobra orçamental “devem agir de uma forma efectiva e atempada”. Já os países com uma dívida pública ainda muito elevada devem agir com “prudência, para que seja possível os estabilizadores automáticos funcionarem”, recomendou.

Trata-se de uma espécie de “recado” para países como a Alemanha e a Holanda, aos quais Draghi pede o lançamento de mais investimento e despesa pública. E rapidamente. No caso de Itália e Portugal, por exemplo, o equilíbrio orçamental deve ser mantido.

A expetativa de um contributo positivo vem sobretudo da Alemanha, que está em risco de entrar em recessão técnica e onde o ministro das Finanças garantiu recentemente que as finanças públicas estão prontas para injectar dinheiro na economia. “Se a política orçamental já tivesse agido, o impacto das nossas medidas seria muito maior”, conclui o ainda líder do BCE.

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