Entre riscos e oportunidades, há um misto de expetativas do setor quanto à saída do Reino Unido da União Europeia.
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Brexit com acordo: qual o impacto para o imobiliário e turismo em Portugal?
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O acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia foi esta quinta-feira, dia 17 de outubro de 2019, aprovado pelos líderes europeus. O Brexit parece estar assim mais perto de acontecer (ainda que existam receios quanto a um novo pedido de adiamento caso o parlamento britânico volte a chumbar o acordo) e isso terá efeitos na economia internacional e em Portugal, a vários níveis. Nomeadamente no imobiliário e no turismo. 

Sobre o impacto do Brexit em Portugal, o presidente do Novo Banco, António Ramalho, diz que o Reino Unido é muito mais agressivo na captação de investimento de residentes ricos do que Portugal, na venda de produtos como o Visto Gold, negoceiando ‘à la carte’ e que o nosso País ainda não tem ainda os mesmos instrumentos ao nível dos residentes, havendo aí uma oportunidade. O responsável considera, por isso, ser necessário haver em Portugal um regime fiscal competitivo e estável para o país continuar a ser atrativo para o investimento estrangeiro.

O banqueiro falava na conferência ‘Brexit: que impacto no Turismo Residencial?’, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa – FIL, no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal – SIL 2019, na semana passada.

Também presente na conferência, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, afirmou que Portugal está preparado para o Brexit, recordando que o país foi o primeiro a aplicar um plano de contigência com um conjunto de medidas, de forma unilateral e que foi entendido pelo britânicos, seja para quem vive no nosso país, como no seu país.

“Todas as medidas foram cumpridas. O facto de termos sido os primeiros foi uma vantagem. O Turismo do Algarve e de Portugal têm feito um reforço das ligações aéreas, nomeadamente na região do Algarve com ligações a 25 aeroportos do Reino Unido, asseguradas por mais de 10 companhias”, esclareceu.

O que falta fazer

Apesar do sentimento positivo transmitido pelos intervenientes neste painel de oradores, Rui Meneses Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Resorts - APR, recomendou que temos de nos preparar para alguma incerteza.

Segundo este responsável já se verificou alguma retração de compradores ingleses de casas na região do Algarve, sobretudo no eixo Albufeira –Loulé, com uma redução de 50%. “No entanto, hoje os preços estão 10% acima de quando o Brexit foi lançado. Isto significa que devemos estar optimistas. Não nos devemos apenas limitar à competitividade da moeda”, frisando ainda que “a nossa competividade passa também pelo planeamento urbanístico e turístico que nos permite ir ao encontro dos interesses da comunidade britânica”.

E insistiu na necessidade de investir em medidas estruturais como por exemplo, “uma questão transversal ao turismo residencial, que é a falta de mão de obra qualificada”.

Já o vice-presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Reinaldo Teixeira, reforçou a necessidade de criar condições para que se contrate mão de obra estrangeira, porque a falta de profissionais está a condicionar o desenvolvimento e crescimento do setor.

Admitindo algum receio quanto ao futuro, o responsável disse que existe espaço para crescer no imobiliário no segmento médio e médio alto mas com qualidade. “É necessário continuar a criar medidas, como tem feito o Turismo do Algarve de de Portugal, para acarinhar e incentivar para que os britânicos continuem a visitar e a investir no Algarve”. O responsável assegurou que o nosso país será sempre acolhedor e muito atrativo para o investimento.

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