Tendência tem vindo a ganhar força nos últimos tempos, segundo um estudo recente do Banco Central Europeu.
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Europeus guardam cada vez mais dinheiro em casa
Imagem de angelo luca iannaccone por Pixabay

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a um fenómeno na Zona Euro que o Banco Central Europeu (BCE) apelida de “paradoxo das notas”. Na prática, segundo um relatório divulgado recentemente pela entidade, o número de notas de euro em circulação tem vindo a aumentar com o passar do tempo – desde 2007 –, apesar da sua utilização em transações ter diminuído. Significa, então, que as pessoas estão a poupar e/ou guardar mais dinheiro em casa

De acordo com o relatório do BCE, da autoria do economista Alejandro Zamora-Pérez, este “paradoxo das notas” deve-se ao facto das pessoas estarem, cada vez mais, a realizar transações de forma digital, com o dinheiro a circular de forma “invisível”. Por outro lado, sustenta o estudo, o valor das poupanças em numerário detidas pelos cidadãos da Zona Euro cresceu nos últimos tempos. Em 2019, estima-se que entre 27,5% e 50% do montante associado às notas em circulação na Zona Euro foi mantido como reserva, em casa, pelas pessoas. ”O valor das reservas por adulto varia entre 1,270 e 2,310 euros”, lê-se no documento.

Este é um tema, de resto, que não parece estar a passar ao lado dos economistas do BCE. Num outro artigo de apoio sobre este tema (“Domestic cash holdings of euro area citizens: evidence from two recent surveys”) são dados detalhes sobre as poupanças detidas pelos cidadãos dos países da Zona Euro. O estudo conclui, por exemplo, que cerca de um em cada três entrevistados mantinham reservas em casa em 2019, ou seja, 34% declaram ter “poupanças”, 62% declararam não ter e 4% recusaram-se a responder. 

“Em 2019, a maioria dos entrevistados com dinheiro em espécie em casa respondeu que possuía quantias relativamente pequenas (…). Entre os que responderam que guardam dinheiro fora de um banco, três em cada quatro pessoas (75%) tinham menos de 500 euros enquanto uma em cada dez (10%) mantinha entre 500 e 1.000 euros. Uma pequena parte dos entrevistados declarou [guardar em casa] valores mais elevados: 6% entre 1.000 e 5.000 euros e 2% mais de 10.000 euros”, lê-se no documento. De referir, ainda, que 7% dos entrevistados não quiseram revelar a quantidade de dinheiro que tem em casa. 

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