
O cloro é um desinfetante químico utilizado na manutenção da água de piscinas e spas, e necessário para eliminar microorganismos que podem ser uma fonte de infeções. Contudo, também pode ser tóxico para o ser humano e representar um perigo para a saúde.
Sabe-se que o nível excessivo do produto pode causar irritação nos olhos e até problemas respiratórios, principalmente em crianças e ambientes fechados. Antes de dar um mergulho, por exemplo, é importante tomar um duche prévio (assim como depois) – e claro, nunca se deve urinar lá dentro. Explicamos porquê.
Segundo um grupo de investigadores belgas e italianos, citados pelo El País, “a frequência em piscinas durante a infância está associada a um aumento do risco de bronquiolite, com o consequente aumento do risco de asma e sensibilização alérgica”. E de acordo com outro estudo da Coreia do Sul , “a inalação crónica de cloro contribui para a inflamação das vias aéreas em asmáticos” , pelo que “crianças, nadadores de elite e funcionários de piscinas cobertas têm maior probabilidade de desenvolver problemas respiratórios, como hiperreatividade brônquica, asma e rinite, devido à sua maior exposição ao cloro”.
Além da inalação, outras possíveis vias de exposição aos produtos químicos da piscina são a absorção pela pele ou a ingestão com a água. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) estima que os nadadores adultos engolem 32 mL por hora (cerca de duas colheres de sopa) e as crianças, que passam o dobro do tempo de imersão, quatro vezes mais.

Tomar um duche antes de mergulhar e não urinar
José Antonio Rodríguez, aposentado do departamento de saúde pública da Câmara Municipal de Madrid, onde assumiu o controle de riscos ambientais em piscinas há 20 anos, explica que as interações dentro de água aumentam a sujidade e diminuem a capacidade desinfetante do próprio cloro. Quanto mais sujidade, mais o cloro interage com ela, - consumindo o desinfetante ativo, que deve ser substituído – gerando cloraminas ou cloro combinado responsáveis pelos maus odores e irritações.
Daí a necessidade de passar o corpo por água antes de mergulhar. Trata-se de evitar que a sujidade da nossa pele aumente as toxinas da piscina e reduza a eficácia do desinfetante. E claro, outra dica importante: nunca se deve urinar dentro da piscina.
Reações alérgicas
De acordo com a Sociedade Espanhola de Imunologia Clínica, Alergologia e Asma Pediátrica (SEICAP), citada pelo mesmo jornal, o cloro "age como um desencadeador de reações alérgicas, não como um alérgeno em si", risco que aumenta em crianças com dermatite atópica, asmáticos e naqueles que sofrem de rinite alérgica.
Laura Cabanes, chefe de pneumologia pediátrica do Hospital Universitário Infanta Elena, em Valdemoro (Madrid), vai mais longe: “em algumas pessoas cronicamente expostas sem asma, como nadadores profissionais ou nadadores-salvadores, são descritas alterações nas vias aéreas semelhantes às dos asmáticos", embora, "ainda haja muita controvérsia, a relação não é totalmente clara”.

Dicas para mergulhar em piscinas em segurança
Os Centros dos EUA para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam:
- Ficar fora da água se tiveres diarreia;
- Tomar banho por um minuto antes de entrar na água;
- Não urinar ou defecar dentro de água;
- Fazer pausas de hora em hora para levar as crianças à casa de banho ou verificar as fraldas;
- Usar óculos de proteção para evitar vermelhidão nos olhos;
- Evitar ficar por longas horas, principalmente se houver um cheiro intenso de cloro;
- Tomar banho após a ida à água para eliminar vestígios de cloro da pele e cabelo.
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