O ano de 2023 já arrancou e este é o momento ideal para iniciar a gestão do orçamento familiar. Isto é especialmente importante num momento em que a inflação e a subida dos juros no crédito habitação têm pressionado – e muito – os rendimentos dos portugueses. Para te ajudar nesta tarefa, o idealista/news reuniu várias dicas para começares a poupar e a proteger a tua carteira da subida generalizada dos preços.
Analisa as tuas despesas anuais e mensais
Antes de começares a definir uma estratégia de poupança deves, desde logo, ter em conta os teus rendimentos e identificar todas as despesas que tens quer mensais, quer anuais. Aqui falamos da prestação ou renda da casa, da conta da luz, do gás, da internet, do seguro, da revisão do carro, prestações bancárias de outros créditos, bem como os impostos, como é o caso do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) caso sejas proprietário de uma habitação.
A ideia passa por listares todas as faturas que terás de pagar ao longo do ano para que não sejas surpreendido e possas efetuar os pagamentos nos prazos indicados. Depois de registados todos os teus compromissos financeiros, ficarás com um saldo que poderás poupar ou destinar a um investimento, por exemplo.
Atenção aos pequenos gastos do dia a dia
Uma dica preciosa passa mesmo por identificar todas as pequenas despesas do dia a dia, como é o caso de tomar café fora de casa todos os dias. Pode parecer que são “só uns cêntimos” que gastas por dia, mas a verdade é que no final do ano vai pesar centenas de euros no teu orçamento.
Por isso mesmo, o Banco da Espanha sugere que identifiques todas as pequenas despesas, que não são necessárias e que possam eventualmente ser eliminadas, reduzidas ou até substituídas por outras opções mais baratas.
Lembra-te do que disse Benjamin Franklin, considerado um dos pais fundadores dos EUA: "Cuidado com as pequenas despesas. Um pequeno buraco afunda um navio".
Avalia onde podes poupar lá em casa
Outra estratégia para gerir melhor o teu orçamento familiar passa por teres as despesas variáveis debaixo de olho. Falamos, por exemplo, das despesas com a luz, o gás, a água, gasolina e até no supermercado.
Analisa o teu consumo de bens essenciais e verifica o que é que podes mudar nos teus hábitos, para que possas reduzir estas despesas. Podes, por exemplo:
- alterar a temperatura de lavagem da máquina de lavar ou optar por um programa mais rápido e ecológico de forma a poupar luz e água;
- analisar o teu fornecedor de luz e avaliar se será mais vantajoso optar por uma tarifa bi-horária ou até baixar a potência contratada;
- optar mais pelas marcas próprias no supermercado e até começar a comprar frutas e legumes nas mercarias de bairro ou nos mercados, onde podem ser mais acessíveis.
O segredo de saber gastar o dinheiro
Desenhar estratégias para economizar dinheiro não significa que abdiques de ir jantar fora ou de comprar uma peça de roupa. Importa é que o faças com peso e medida, ocasionalmente ao invés de todos os dias ou semanas. O Banco de Espanha diz mesmo que se consumires com responsabilidade, poderás mesmo melhorar a tua qualidade de vida sem descurar da poupança. Por exemplo, se precisas de comprar algo não urgente podes sempre aguardar pelas promoções.
Gere as tuas poupanças
O ideal para conseguires acumular uma almofada financeira é definir uma percentagem do teu orçamento destinada às poupanças. Ou seja, quem auferir 1.000 euros líquidos mensais pode definir uma percentagem de poupança de 10%, guardando 100 euros por mês. Ou pode mesmo ser mais ambicioso e definir uma fatia maior.
Importa também seres rigoroso e garantir que fazes esta poupança todos os meses, sem exceção. E há ferramentas para te ajudar nesta tarefa como é o caso do Excel (onde podes planear as tuas poupanças), a Dabox da CGD ou a Monefy.
Além disso, podes também colocar as poupanças a render, investido em instrumentos financeiros. A pensar na reforma podes, por exemplo, abrir um Plano Poupança Reforma (PPR). Ou ainda abrir uma conta a prazo, onde os juros já começaram a subir, embora permaneçam baixos. Em novembro rendia 0,35% colocar dinheiro numa conta a prazo, segundo os dados do Banco de Portugal, um valor bem superior aos 0,05% registados em setembro.
Almofada financeira para imprevistos
O contexto atual está cheio de incertezas, dada a subida da inflação e dos juros no crédito habitação. E por isso importa também teres poupanças aguardadas para fazer face a imprevistos. Até porque tudo pode mudar de um dia para o outro e precisares de dinheiro até por questões de saúde.
Não há um valor ideal para fazer face a situações imprevisíveis. Cada família deverá definir o seu, consoante o seu nível de rendimento. Podes, por exemplo, definir novamente uma percentagem do teu salário mensal que cairá diretamente numa conta à parte destinada a situações de emergência. Assim, irás garantir que terás dinheiro guardado e disponível assim que for preciso.
Da luz e gás ao pão: que preços vão aumentar em 2023?
O ano que se aproxima vai ficar marcado pelo aumento generalizado de preços que os consumidores irão pagar pelos serviços que usam no dia a dia, com a inflação em novembro a atingir os 9,9%. A eletricidade vai aumentar para quem está no mercado regulado, mas também para alguns clientes que passaram para o liberalizado, pressionada pelos preços do gás natural, usado para produzir eletricidade. As portagens também registam acréscimos, assim como as rendas, ainda que limitadas pelo Gover
Poupanças nos depósitos a prazo a render 0,35% - o máximo desde 2016
Nos últimos três anos, colocar as poupanças num depósito a prazo pouco ou nada rendia. Mas este cenário está a mudar, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter subido as taxas diretoras em 250 pontos base. Agora, os depósitos a prazo estão a render 0,35% em Portugal, a taxa mais elevada desde dezembro de 2016, aponta o Banco de Portugal (BdP). Com as poupanças a render mais, há também cada vez mais famílias a colocar mais dinheiro no banco.
Certificados de aforro: poupança atinge valor mais elevado desde 2006
As entradas de dinheiro em certificados de aforro em dezembro ascenderam a 1.994 milhões de euros, elevando para 19.626 milhões de euros o saldo aplicado neste tipo de poupança, o mais alto desde pelo menos 2006. A subida das Euribor – indexante usado para a determinação da taxa de juro dos certificados de aforro – que se tem vindo a registar nos últimos meses, tem sido acompanhada de um reforço da poupança dos particulares nestes títulos de dívida pública.
Inflação em Portugal atinge 7,8% em 2022 – o valor máximo desde 1992
A subida generalizada dos preços começou a sentir-se no início de 2022 e agravou-se ao longo do ano devido, sobretudo, à subida dos custos da energia e dos alimentos. E agora sabe-se que durante o ano passado, a inflação em Portugal registou uma média anual de 7,8%, o valor mais elevado desde 1992, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, dia 11 de janeiro. Em dezembro, a inflação fixou-se em 9,6%, confirmou ainda o instituto.
Como poupar dinheiro: 15 razões que te levam a gastos desnecessários
Poupar é benéfico. Basta olhar para os imprevistos que vão acontecendo ao longo do ano, como uma avaria do carro, ou até uma conta extra que não estava prevista, e percebe-se de imediato a necessidade de ter algumas poupanças de parte para fazer face a situações inesperadas.
Taxa de poupança das famílias regressa a níveis de 2008
A taxa de poupança das famílias caiu para 5,1% do rendimento disponível no terceiro trimestre do ano, o que não acontecia desde o segundo trimestre de 2008. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Poupar em tempo de inflação e juros altos: depósitos estão a aumentar
A resposta das famílias portuguesas à alta taxa de inflação e à subida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), que está a contribuir para o aumento das taxas Euribor e, consequentemente, da prestação do crédito habitação, parece estar a ser dada. O montante total de crédito habitação concedido aos particulares está a desacelerar e, ao mesmo tempo, os depósitos estão a aumentar, naquela que será uma forma de tentar aumentar as poupanças.
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