Taxas de referência nos EUA ficam entre 5,25% e 5,5%, o nível mais elevado desde 2001. E poderão haver novos aumentos, diz Powell.
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Fed mantém juros
Jerome Powell, presidente da Fed Getty images

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) vai manter as taxas de juro inalteradas entre 5,25% e 5,5%. Esta pausa nos juros de referência anunciada esta quarta-feira, dia 1 de novembro, foi a segunda consecutiva após uma série de subidas iniciada em março de 2022. O que é certo é que as taxas de juro nos EUA vão permanecer elevadas "até que estejamos confiantes de que a inflação está no caminho certo para atingir esse objetivo [de 2%]", afirmou Jerome Powell, presidente da Fed. E não afastam novos aumentos dos juros no futuro.

Na reunião desta quinta-feira, o Fed decidiu manter as taxas no intervalo atual de 5,25% e 5,5%, o seu nível mais elevado desde 2001. Esta foi a segunda pausa consecutiva no ritmo de subidas dos juros nos EUA, que terá sido suportada pela inflação estável nos 3,7% em setembro, pela inflação subjacente que caiu duas décimas nesse mês e ainda pela subida de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, mais do que o esperado (taxa de crescimento anual está nos 4,9%).

Assim, o Fed manterá uma postura de política monetária que "seja suficientemente restritiva para reduzir de forma sustentada a inflação para os 2%", garantiu o presidente da Fed, Jerome Powell, que logo avisou que as taxas de juro vão permanecer elevadas "até que estejamos confiantes de que a inflação está no caminho certo para atingir esse objetivo". 

Desta forma, Jerome Powell não afastou a hipótese de na última reunião deste ano, que terá lugar em dezembro, poder ser decidida uma nova subida dos juros de referência, embora tenha garantido que nenhuma decisão foi tomada nesta reunião. "Ainda não tomámos a decisão", disse, precisando que "nem sequer falámos de tomar uma decisão em dezembro".

Questionado sobre se já é possível apontar para um horizonte para a descida das taxas, Jerome Powell afirmou que o comité ainda não está a falar de cortes de taxas, referindo que a questão de saber por quanto tempo as taxas de juro se manterão elevadas é que deve ser colocada no futuro.

Fed estuda novas subidas das taxas de juro

"O Comité continuará a avaliar informação (económica) adicional" para "determinar a margem para um maior aperto da política", afirmou o banco central norte-americano. A Fed considera, contudo, que para já a amplitude dos efeitos da subida das taxas "permanece incerta", insistindo que o comité de política monetária da Fed (FOMC, na sigla em Inglês) está "preparado para ajustar a orientação da política monetária, conforme apropriado", caso surjam riscos que possam impedir a concretização do objetivo de fazer recuar a inflação para a meta de 2%.

No comunicado emitido após a reunião, a Fed indica que o FOMC continuará a avaliar os dados económicos nas próximas semanas, assim como os efeitos da política monetária. Esta informação será tida em conta na próxima reunião em que o banco central norte-americano terá de tomar nova decisão sobre o curso das taxas de juro, que vai realizar-se ainda antes do final deste ano, a 12 e 13 de dezembro.

Os dados económicos recentes sugerem, segundo a Fed, "que a atividade económica se expandiu a um ritmo robusto no terceiro trimestre", enquanto o crescimento do emprego continua forte, apesar da moderação registada desde o início do ano, e "a inflação permanece elevada".

"É provável que as condições financeiras e de crédito mais restritivas para as famílias e as empresas afetem a atividade económica, a contratação e a inflação", refere a Fed.

*Com Lusa

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