Tal como antecipavam os mercados, a Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou esta quarta-feira, dia 13 de dezembro, que decidiu manter as taxas de juro no intervalo entre 5,25% e 5,50%. Mas o presidente da Fed, Jerome Powell, avisou que o controlo da inflação ainda não está garantido. De qualquer forma, a Fed dá sinais de que pode descer os juros para 4,6% até ao fim de 2024.
“Apesar de acreditarmos que a taxa de referência está provavelmente no seu nível máximo, a economia tem surpreendido os analistas em muitos aspetos desde a pandemia, pelo que o avanço para o nosso objetivo de inflação de 2% não está assegurado”, disse Jerome Powell.
Depois de fazer o aviso, Powell adiantou que o Comité Federal de Mercado Abierto (FOMC, na sigla em Inglês), onde se decide a política monetária da Fed, “não descarta a possibilidade de novas subidas”.
Até porque, detalhou, apesar de celebrar como “muito boas notícias” que a inflação está a moderar-se nos últimos meses sem prejudicar o emprego, a subida dos preços continua a ser “demasiado forte”, pelo que o progresso no arrefecimento do crescimento dos preços deve prosseguir, apesar da “incerteza”.
“O Comité mantém-se altamente atento aos riscos da inflação”, diz a Fed
O presidente da Fed recordou ainda a importância de ser cauteloso e considerar a informação existente no momento de decidir a política monetária, especialmente, para evitar manter a taxa alta “demasiado tempo”, dada a convergência entre os riscos de “se exceder ou ficar aquém” no custo do dinheiro, bem como pelo atraso com que o endurecimento monetário se manifesta.
Olhando para a economia dos EUA, Powell considerou “pouco justificado” pensar que esteja em situação de recessão, mas não excluiu a possibilidade de tal vir a acontecer dentro de 12 meses, uma vez que “existe sempre essa possibilidade” e dado o “comportamento pouco normal” da economia durante o período posterior à pandemia.
Fed antecipa que podem descer juros em 2024
Os responsáveis do banco central norte-americano antecipam que pode haver três ou quatro descidas das taxas de juro no próximo ano, até atingir os 4,6%. Esta é a nova estimativa de cortes de juros na ordem dos 75 pontos base ao longo de 2024 – mais ambiciosa que a anterior que previa cortes de 50 pontos -, coloca os juros diretores entre 4,5% e 4,75%.
Segundo o comunicado divulgado no final de uma reunião de dois dias, a inflação deve abrandar de 2,8% em 2023 para 2,4% ao longo do próximo ano. Em 2026, a inflação atingirá o nível desejado de 2%. E a previsão de crescimento para 2023 foi revista em alta para 2,6% (contra 2,1% em setembro) e em baixa para 2024, ficando em 1,4% (contra 1,5%).
"Os indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade económica abrandou depois de um ritmo sólido no terceiro trimestre. Os ganhos do emprego têm-se moderado desde o início do ano, mas permanecem fortes e a taxa de desemprego tem permanecido baixa. A inflação tem abrandado no último mas permanece elevada ", afirmou o comité de política monetária da Fed. Em relação à taxa de desemprego, mantém-se a previsão de 3,8% para este ano e de 4,1% para 2024.
Desde março de 2022, o banco central norte-americano aprovou 11 subidas das taxas de juro para travar a inflação, quatro das quais este ano, mas já nas duas últimas reuniões tinha optado por deixá-las inalteradas.
*Com Lusa
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