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Os 9 momentos-chave na vida de Emilio Botín

Nos seus círculos mais próximos, quase todos sabiam a sua intenção de abandonar a liderança do banco na próxima junta de acionistas, no dia 15 de setembro, de acordo com fontes consultadas pelo idealista News. Mas a cinco dias dessa data, Emílio Botín faleceu na sua casa de Madrid, com 79 anos e uma vida marcada pela expansão do grupo Santander, um das mais importantes do mundo e o maior da Zona Euro por capitalização (cerca de 63.000 milhões de euros). Em Portugal, o grupo é dono do Santander Totta, um dos grandes bancos do sistema financeiro nacional.

Estes são os 9 momentos-chave na vida do banqueiro:

- uma vida à frente do banco: descendente de uma dinastia de banqueiros, Emílio Botín nasceu em 1934 em Santander. Licenciado em ciências económicas e direito incorporou-se no banco com 24 anos (1958). Chegou ao conselho de administração do grupo em 1960 e desde então até agora sempre foi reeleito como presidente do banco. A sua fortuna está avaliada em 850 milhões de euros, segundo a revista Forbes.

- Expansão: o banco nasceu em 1857 graças ao negócio das exportações de cereais no porto de Santander e às importações do continente americano. Desde então, e em parte graças à sua liderança, o banco universalizou-se. Hoje é o principal grupo financeiro em Espanha e América Latina, além de contar com posições muito relevantes no Reino Unido, Alemanha, Portugal, Polónia e nordeste dos EUA. Em 2012 a publicação financeira Euromoney classificou-o como o "melhor banco do mundo". Em 2013, o banco tinha 14 milhões de clientes, mais de 4 mil escritórios e cerca de 27.500 empregados.

- Cidade de Santander: foi um projeto faraónico da era Botín. Situada na cidade madrilena de Boadilla del Monte (a 30 km de Madrid), este pólo financeiro é a sede operativa da companhia onde trabalham cerca de 6.000 pessoas. Está em funcionamento desde 2004 e ocupa uma extensão de 250 héctares distribuídos por nove edifícios. Em 2008, venderam-na ao grupo britânico propinvest por cerca de 1.900 milhões de euros, depois de investir 480 milhões de euros na sua construção.

- Política: não se casava com nada. Às vezes mostrava-se neutral, mas subia à àrvore que mais sombra dava. Se em 1996 apoiou abertamente a Jose María Aznar (PP), em 2007 esteve com Jose Luís rodriguez Zapatero (psoe), elogiando "o seu grande trabalho na economia".

-  Fórmula 1: Botín entregou-se completamente à fórmula 1. Em 2007, assinou um acordo de patrocínio com Mclaren-Mercedes e em 2010 deu o salto para a Ferrari, com a que manteve um acordo até 2017, por 200 milhões de euros anuais. Nesta etapa, vinculou a sua imagem a Fernando Alonso, piloto atual do "cavalinho"

- Obcecado com trabalho: Emilio Botín tinha fama de levar a presidência do banco como se fosse o seu próprio território. Mas sabia que era determinante rodear-se com a melhor equipa possível e demonstrava isso nos salários. Visitava as sucursais do banco com frequência e tinha tudo na cabeça, segundo destaca quem o conhece. Não tinha medo de nada. Por exemplo, atreveu-se a dar um discurso em inglês, idioma que não dominava, para uma convenção em Londres.

- Vida pessoal: casado com a marquesa Paloma o'Shea e pai de seis filhos, Emilio Botín sempre manteve a sua vida privada reservada. Aparecia sempre sózinho em eventos desportivos, atos oficiais e apresentações do banco. Além da Fórmula 1, gostava de golf, caça e pesca. Um episódio turbulento mancha a família: a condenação do irmão da mulher, Iñaki o 'Shea, por colaborar com o grupo terrorista "ETA".

- Causas judiciais: em 2008 e 2012 o supremo tribunal arquivou as causas abertas contra Botín e vários altos diretivos do Santander, por casos de indemnizações milionárias e alegada evasão fiscal. Mas desta acusação não se escapou, tendo que pagar uma multa de 200 milhões de euros. Deste escândalo fizeram eco vários jornais internacionais como The New York Times.

- o futuro, Ana Patricia:  A sua filha foi confirmada ontem como sucessora na liderança do império Santander. Com 53 anos, era até agora a presidente da filial britânica e membro do conselho de administração do grupo Coca-Cola. Esteve à frente do Banesto e figura como uma das maiores fortunas do mundo também na lista da revista Forbes.

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