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Os 25 hectares de terreno onde antes estava instalada a antiga Feira Popular de Lisboa parecem ter finalmente um destino: vai nascer ali a mini-cidade que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) quer promover na zona de Entrecampos, com a construção de prédios para habitação, escritórios, serviços sociais e um jardim. No total, é estimado um investimento de 800 milhões de euros, 100 dos quais de responsabilidade municipal.

Batizada pelo presidente autarquia da capital como a "maior operação urbanística das últimas décadas em Lisboa", desde a Expo 98 há 20 anos, a Operação Integrada de Entrecampos vai permitir a criação de 15 mil empregos, segundo as contas de Fernando Medina. A operação será financiada pela alienação dos terrenos da antiga Feira Popular, prevista para acontecer em três hastas públicas, com datas a agendar.

"O nosso objetivo é resolver vários problemas urbanos que a zona central de Entrecampos tem, ao mesmo tempo que conseguimos criar casas de renda acessível para as classes médias, conseguimos aumentar a oferta de escritórios, importante para o emprego, mais espaço público de qualidade e mais espaços verdes", apontou o autarca aos jornalistas numa visita ao local.

Assim será a mini-cidade que vai nascer na antiga Feira Popular de Lisboa (800 milhões de euros depois)
Fernando Medina diz que esta é a maior operação urbanística de Lisboa em décadas wikimedia_commons

Como e quando se investem os 800 milhões?

A operação em si "irá desenvolver-se ao longo de vários anos", e o investimento irá "situar-se em cerca de 750/800 milhões de euros", sendo que a responsabilidade direta do município não deverá ser "inferir a 100 milhões", explicou Medina, citado pela Lusa.

Este valor "corresponde ao custo da reabilitação, [e] ao custo da construção direta em terrenos municipais", sendo que o resto será "investimento de natureza privada relativamente aos terrenos e também à sua construção", acrescentou.

Quanto a prazos, a agência de notícias conta que Medina precisou que "a primeira parte a estar finalizada será a reconversão dos prédios da Segurança Social ao longo da Avenida da República", que a Câmara vai adquirir e reabilitar para habitação, contando "ter esse processo concluído ao longo de 2019".

Escritórios, prédios, lares, creches e um jardim 

Os escritórios, numa área total de "138 mil metros quadrados" (m2), irão nascer nos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa e num espaço entre a Avenida Álvaro Pais e a linha do comboio, que atualmente estão vazios.

Além dos escritórios, a operação prevê a construção de 700 fogos de habitação de renda acessível na zona de Entrecampos, um parque de estacionamento público na Avenida 5 de Outubro, três creches e um jardim-de-infância, uma unidade de cuidados continuados e um centro de dia com valência de lar.

A Câmara terá responsabilidade direta na construção de 515 fogos num loteamento municipal na Avenida das Forças Armadas (que atualmente está coberto de vegetação), destinados ao Programa Renda Acessível, enquanto a iniciativa privada irá levantar mais 279 habitações, que serão postas em regime de venda livre.

Projeto vai financiar habitação acessível

Além destes fogos, está prevista também a reabilitação e afetação a uso habitacional de 122 novas casas na Avenida da República e Campo Grande, que são propriedade da Segurança Social, mas que serão adquiridos pelo município.

Em terrenos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, também na Avenida das Forças Armadas, irão nascer mais 63 fogos.

 

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