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Filha de Amorim, filho de De Gaulle e empresário britânico disputam compra da Comporta
Herdade da Comporta, cuja venda tem sido complicada por arrestos judiciais, está à beira da falência GTRES

A compra da falida Herdade da Comporta tem tido vários interessados, sempre sem sucesso, desde que o Grupo Espírito Santo (GES) colapsou e os donos entraram em insolvência. Agora, a corrida é disputada por Paula Amorim - em parceria com grupo imobiliário Vanguard Properties -, por uma sociedade controlada pelo britânico Mark Holyoake e pelo francês Louis-Albert de Broglie, filho de um antigo ministro de Charles de Gaulle. 

O consórcio da empresária portuguesa, fillha de Américo Amorim, e da Vanguard Properties, fundado por Claude Berda, entrou no processo de compra no final de 2017 e está interessado em comprar 1360 hectares terrenos na Herdade da Comporta, por valor desconhecido.

Quando estava em jogo a oferta do empresário Pedro Almeida, abortada pela não autorização de levantamento do arresto por parte do Ministério Público, a avaliação da Herdade da Comporta rondava os 420 milhões de euros, recorda o semanário. 

A Oakvest, uma holding luxemburguesa controlada pelo empresário britânico Mark Holyoake, também manifestou interesse nos ativos do fundo da Herdade da Comporta. Oficialmente, e de acordo com o que escreve o jornal, Holyoake refere que apenas pode dizer que da sua parte “não foi feita uma proposta vinculativa”.

Outros dos candidatos, conforme revelou em abril a revista “Visão”, é o aristocrata francês Louis-Albert de Broglie, filho de um antigo ministro de Charles de Gaulle. 

Os planos de Amorim e Berda para a Comporta

O consórico quer concluir “as obras de infraestruturas há muito iniciadas e terminar o campo de golfe, em primeiro lugar” e “dar início às obras de infraestruturas nunca começadas”, adianta o porta-voz do milionário francês Claude Berda, que vive na Suíça, citado pelo Expresso.

A marca do conceito hoteleiro será JNCQUOI (nome do restaurante de luxo de Paula Amorim em Lisboa) e o projeto terá o “know-how da Amorim Luxury e do arquiteto internacional Lazaro Rosa Violan”, entre outros projetos residenciais e hoteleiros. Quanto a financiamento, José Cardoso Botelho sublinha ao jornal que o consórcio não “precisa de apresentar qualquer garantia junto da banca”. A Vanguard Properties “comprou com capitais próprios todos os 15 projetos que tem e promove”, realça. 

Além disso acrescenta que a Vanguard comprou um fundo de investimento fechado, gerido pela mesma gestora do fundo da Comporta (Gesfimo, Espírito Santo, Irmãos, Sociedade Gestora de Findos de Investimento Imobiliário, e o Novo Banco assume as funções de banco depositário do Fundo) com património que excede os 90 milhões de valor de mercado. “A nossa capacidade de investimento é por eles conhecida”, sublinha o diretor-geral da Vanguard. 

Comporta é beira da falência

Detida pela Herdade da Comporta - Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado, a herdade está à venda desde que os donos entraram em insolvência com o colapso do Grupo Espírito Santo (GES). Mas o processo tem sido dificultado pelos arrestos judiciais. A CGD é a principal credora.

A Rioforte, sociedade do Grupo Espírito Santo em insolvência no Luxemburgo, é dona de 59% das unidades de participação do fundo.

Em abril, os donos do fundo votaram contra o seu aumento de capital de 43 milhões de euros, sem terem avançado alternativas.

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