Gigante da canábis quer investir 20 milhões em Portugal e recrutar 100 pessoas

A empresa canadiana Tilray – já é a mais valiosa do mundo no setor de canábis e está ao rubro na bolsa – estima investir, até 2020, cerca de 20 milhões de euros em Portugal na produção de canábis medicinal para abastecer o mercado europeu, e recrutar até ao final do ano 100 pessoas para a sua unidade de produção em Cantanhede, Coimbra. A maioria da produção portuguesa deverá seguir para a Alemanha, um dos sete países para onde a Tilray vende. 

O valor de mercado da Tilray, que tem sede na Colúmbia Britânica, no Canadá, está a subir mais do que esperado, reflexo da euforia criada em torno deste setor. A empresa viu suas as ações subirem quase 800% desde que entrou em bolsa, no mês de julho, segundo o Negócios. O CEO, Brendan Kennedy, ainda assim, não está preocupado com uma possível sobrevalorização. Acredita, aliás, que a sua empresa poderá um dia alcançar uma avaliação de mais de 100.000 milhões de dólares.

As ações dispararam novamente na semana passada, chegando a avançar 28%, para um recorde de 153,88 dólares, depois da empresa ter anunciado que tinha recebido autorização nos EUA para importar marijuana medicinal para a Califórnia para um projeto de pesquisa, relata a publicação.

Potencial português atraiu a empresa do Canadá

"Há dois anos, decidimos que precisávamos de encontrar uma outra localização no mundo, onde pudéssemos ter uma licença. Comecei a procurar. Portugal chegou à lista dos preferidos entre os países que tinham potencial", disse o CEO Brendan Kennedy ao Negócios, no início deste ano.

A empresa chegou a Portugal em março do ano passado. Criou a maior plantação de canábis em Portugal, que começou a ser cultivada em outubro de 2017, sendo que o volume de produção deverá superar as 60 toneladas anuais, até final de 2018. Tem um plano de investimento de 20 milhões de euros para o país e a intenção de contratar mais 100 pessoas até ao final do ano para a sua unidade de produção em Cantanhede, onde tem estufas, laboratórios e uma unidade de processamento.

De referir que só é possível comercializar medicamentos com canábis em Portugal desde o mês passado, altura em que entrou em vigor em Diário da República a alteração aprovada pelo Parlamento. Quer isto dizer que hoje é possível utilizar produtos à base da planta canábis para fins medicinais, se for autorizado pelo Infarmed.