Projetos trazem oferta nova superior a 5 mil camas e a maioria está prevista para o Campus da Asprela e centro da cidade.
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Porto soma mais de uma dezena de novas residências universitárias em desenvolvimento
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O mercado das residências universitárias é uma das apostas fortes dos investidores atualmente no imobiliário a nível internacional. Em Portugal, o Porto destaca-se, atualmente, por um forte dinamismo neste segmento, existindo em desenvolvimento entre 10 e 14 projetos de novas unidades de alojamento para estudantes na Invicta. Alguns dos quais incluem também o conceito de coliving, sendo que a maioria fica localizada junto ao Campus da Asprela e no centro da cidade.

O levantamento é feito pelas principais consultoras internacionais – CBRE, Cushman & Wakefield, Predibisa, Savills e JLL -, que representam os investidores e promotores que estão a promover os projetos em causa - que se encontram em diferentes estádios de desenvolvimento.

Mais de cinco mil novas camas na calha

Ao idealista/news, Andreia Almeida, Associate e Diretor de Research da Cushman & Wakefield, destaca que "a oferta privada é responsável por 43% do número de camas, peso este que irá aumentar ao longo dos próximos três anos, já que estão previstas 5.400 novas camas distribuídas por 14 projetos”.

Já Cristina Arouca, Research Diretor, da CBRE Portugal, tem conhecimento “de mais de 10 projetos em fase em desenvolvimento ou ainda em fase de estudo os quais totalizam mais de 5.000 camas", considerando que "há mercado para acomodar esta oferta, mesmo que só se considere a procura por parte de estudantes estrangeiros”.

Segundo os dados apurados por esta consultora, a nova oferta parecer ser, aliás, insuficiente para a procura, tendo em conta que foi identificada uma necessidade de cerca de 30 mil camas na Invicta.

“No ano letivo de 2019, observou-se um total de 34.200 estudantes em mobilidade no Porto incluindo estudantes internacionais e estudantes nacionais provenientes de outros distritos”, aponta Cristina Arouca.

As necessidades do mercado

Há um “potencial para 8,628 camas em residências de estudantes privadas e há, neste momento, apenas 1,100 camas em operação em cinco residências privadas”, indica, por sua vez, Maria Empis, Head of Research, da consultora JLL.

Neste sentido, acrescenta, “ainda há capacidade para mais projetos e camas no Porto no segmento privado, além do atual pipeline que conta com 5,907 camas em 13 projetos”. A maioria está concentrada na zona da Asprela e no centro do Porto.

Mas alerta que “as oportunidades são escassas, a morosidade dos processos de licenciamento prejudica a viabilidade dos projetos e o próprio enquadramento legal do licenciamento também suscita dúvidas".

João Leite Castro, partner e diretor da Predibisa, considera que, tendo em conta os valores de oferta e procura em causa, “há espaço para novos projetos, nomeadamente na zona ocidental da cidade. Atualmente, a Predibisa está a acompanhar outros projetos que totalizam cerca de 500 quartos”.

De acordo com Filipe Santos, Associate Diretor no Porto, “o pipeline de curto-prazo situa-se entre as 2.500 a 3.500 camas, e analisando as tendências globais mais marcantes a nível de fluxos de estudantes e características de alojamento, não temos dúvidas de que há espaço para novos projetos e novos players”.

Coliving e turismo dentro do pacote

Já Andreia Almeida, da Cushman & Wakefield, argumenta que é “ainda prematuro para se estimar a real capacidade de absorção da nova oferta, uma vez que só agora esta começa a entrar no mercado”. 

Uma coisa é certa para Cristina Arouca, da CBRE: “os projetos deverão ser diferenciadores e ter posicionamentos distintos, nomeadamente em termos de preço e qualidade do produto e serviços". Nesse sentido, é de esperar que, segundo a responsável, "alguns destes projetos tenham um posicionamento misto, não sendo exclusivamente para uso de estudantes, mas também para turistas e para habitação temporária, inclusivamente com conceitos de coliving”.

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