Da autoria de João Charters de Almeida, os 10 painéis do edifício em Famalicão vão começar a ser recuperados em julho.
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Azulejos portugueses
Fundação Cupertino de Miranda

A sede da Fundação Cupertino de Miranda é um dos edifícios mais emblemáticos de Famalicão. Localizado na Praça D. Maria II em 1972, o imóvel distingue-se pelos emblemáticos painéis de azulejos da autoria de João Charters de Almeida, que somam já meio século de história. Agora, é hora de restaurá-los e este trabalho vai ser feito manualmente, um a um, de forma a garantir que se mantém tudo como no original.

A Câmara Municipal de Famalicão anunciou que o arranque do restauro dos dez painéis — quatro deles na torre que mira a praça do alto dos seus dez pisos — está previsto para julho de 2021, estimando-se que os trabalhos estejam concluídos nos primeiros três meses de 2022, segundo conta o Público. Além dos quatro painéis cerâmicos que escalam os 34 metros de altura da torre, há ainda seis ao nível do rés-do-chão, sendo que o edifício também alberga o Centro Português do Surrealismo, inaugurado em 2018.

"Esta reabilitação tem o intuito de preservar a obra de arte original do artista, que se tornou uma referência de Vila Nova de Famalicão. Perante as condições de degradação dos painéis e a visibilidade e importância dos mesmos para a cidade, a decisão de restauro foi tomada após um longo período de reflexão e maturação, com base em pareceres técnicos que a sustentam e na capacidade hoje reunida para executar a operação, sabendo que será um processo longo, onde o objetivo principal será assegurar o melhor restauro possível", pode ler-se em comunicado da Fundação Cupertino de Miranda

A empreitada para recuperar os mais de 50 mil azulejos representa um investimento global de 300 mil euros, sendo que metade do valor é assegurado pela autarquia, e o restauro vai ser levado a cabo pela Signinum, “especialista na matéria e que já tinha feito outras recuperações”, como a dos azulejos do Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego. E, dada “a complexidade” da obra, a fundação contará com o “apoio científico e técnico” de académicos da Universidade de Aveiro e do Instituto Politécnico de Tomar, de acordo com o que escreve ainda o jornal, citando Pedro Álvares Ribeiro, presidente da Fundação Cupertino de Miranda.

O restauro dos painéis, diz Pedro Álvares Ribeiro, “tem grande significado para a fundação e para Famalicão”, mas também para os famalicenses. Tanto que está a ser preparada “uma campanha que visa envolvê-los” e que permita que a comunidade possa acompanhar o processo de restauro e recuperação dos azulejos. “Sentimos que durante este ano as pessoas estavam tristes com a situação. O património tem que ver com a nossa memória e saber protegê-lo é uma preocupação. A melhor forma de o fazer é envolvendo toda a gente”, conclui o responsável citado pelo diário.

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