
O imobiliário português apresentou um desempenho “estável” no arranque do ano, conclui o mais recente estudo Market Pulse da JLL. No primeiro trimestre de 2024, o investimento em imóveis comerciais rondou os 260 milhões de euros, menos 5% face a igual período do ano passado.
Em parte dos setores analisados, de acordo com a consultora, a “escassez de oferta disponível para ocupação imediata continua a criar condições para o crescimento de preços e rendas, mesmo num cenário de procura”.
“Já se esperava um início de ano com atividade moderada. Este é sempre um período de maior expetativa em relação à evolução da economia, especialmente devido à inflação e às subidas das taxas de juro. A realização das eleições contribuiu para aumentar a incerteza que naturalmente já predomina no arranque do ano, levando a que os agentes económicos se mostrassem mais cautelosos nas suas decisões de investimento. A resposta do mercado a um maior nível de incerteza foi a de “esperar para ver”, quer no mercado comercial quer no residencial", nota Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, citada em comunicado.
No entanto, e volvido o 1º trimestre, o mercado "voltou a provar a sua resiliência em situações de maior incerteza ou adversidade", segundo a responsável. "E, agora, que já temos novo Governo em funções, com anúncio da retificação de muitas medidas especialmente penalizadoras para o setor; em que se antecipa um desagravamento nas condições de acesso ao crédito e o controlo dos níveis de inflação, a perspetiva é que o ano de 2024 vá progressivamente recuperando a dinâmica da procura nos diversos setores, mantendo o consequente estímulo de valorização”, salienta.
Análise por segmentos imobiliários
- No setor hoteleiro, o número de hóspedes e dormidas nos dois primeiros meses do ano apresentam ligeiras melhorias face a 2023 (5% e 3%, respetivamente), bem como os níveis de ocupação, que atingiram 60% em Lisboa e 53% no Porto no 1º trimestre, em ambos os casos mais dois pontos percentuais que no 1º trimestre de 2023.
- No retalho, as vendas também sinalizam uma variação residual da ordem de 0,5%, destacando-se a estabilidade operacional dos diferentes formatos de imobiliário de retalho.
- Já o segmento de escritórios destaca-se dos restantes pela positiva, frisa a consultora, que assinala uma “recuperação assinalável” face ao ano anterior, com take-up a mais que duplicar quer em Lisboa quer no Porto, com 73.700 m2 e 18.000 m2 tomados, respetivamente.
- A consultora assinala ainda comportamento do imobiliário industrial e logístico, no qual a ocupação apresenta uma quebra homóloga de 20%, "embora em resultado da falta de oferta para absorver, já que as rendas continuaram a subir".
No que diz respeito à habitação, a JLL estima que a procura neste trimestre seja ainda “ligeiramente inferior” à do trimestre homólogo, contudo, a tendência mais recente é de estabilização nos níveis de transação, destacando-se ainda uma “boa dinâmica das vendas em planta para projetos diferenciados e também a manutenção de atividade entre os compradores internacionais”.
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