
Na Europa, assistiu-se a um arrefecimento do investimento em imobiliário comercial ao longo de 2023 muito por culpa do agravamento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), bem como pela massificação do teletrabalho que impactou o mercado de escritórios. Mas, segundo Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, a banca europeia tem hoje uma exposição “limitada” ao imobiliário comercial, muito embora admita que há a necessidade de monitorizar a situação de perto.
"A exposição dos bancos europeus a imóveis comerciais é limitada, já que corresponde a cerca de 5% do total dos ativos", indicou o vice-presidente do BCE, dando nota, contudo, que há alguns bancos com “maior concentração” de imóveis comerciais, sendo estes os casos que o regulador europeu tem de monitorizar de perto. Em Portugal, também a banca também admite que tem uma exposição “limitada” ao imobiliário comercial, até porque estão previstas melhorias neste mercado, à medida que a incerteza se for dissipando.
Por outro lado, Luis de Guindos salientou que “as entidades não bancárias são aquelas que têm maior exposição ao imobiliário comercial”, pelo que estas requerem maior atenção por parte do BCE, disse citado pelo Jornal de Negócios.
Já em fevereiro o vice-presidente do BCE havia sinalizado que há entidades não bancárias e bancos especializados “muito expostos” ao setor imobiliário. Isto quer dizer que uma deterioração do imobiliário comercial coloca estas instituições em risco de ter perdas de reavaliação dos imóveis e a saídas de investidores, por exemplo.
Embora Luis de Guindos tenha frisado que o sistema bancário da zona euro tem sido resiliente, sendo capaz de fazer face ao abrandando da concessão de crédito (habitação) e à deterioração da qualidade dos ativos, admite que que o BCE está a tomar medidas preventivas. Entre elas está a exigência de requisitos de capital mais elevados às entidades que não revelarem uma suficiente capacidade de gestão dos riscos relacionados com o imobiliário comercial.
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