São perto de 765 mil os trabalhadores que em Portugal ganham uma remuneração mensal igual ao salário mínimo nacional (SMN), sendo que dos quase 290 mil novos contratos firmados no primeiro trimestre, tanto no setor privado como no setor empresarial do Estado, 40,5% pagavam este valor: 580 euros mensais.
Este peso é idêntico ao registado há um ano, segundo indica o 9º Relatório de Acompanhamento do Acordo sobre a Remuneração Mínima Mensal Garantida (RMMG), divulgado esta terça-feira, e citado pelo Expresso.
O documento foi apresentado ontem pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva aos parceitos sociais, na Concertação Social, indicando que o número de trabalhadores por conta de outrem (TCO) e membros de orgãos estatutários (MOE) com uma remuneração base mensal igual ao salário mínimo aumentou 4,2% em termos homólogos, ou seja, face a março de 2017 (mais 30,6 mil trabalhadores).
O problema, escreve o jornal, é que no emprego que está a ser criado em Portugal, o peso do salário mínimo é quase o dobro, atingindo os 40,5%, indicam os dados do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) - que abrange o sector privado e o setor empresarial do Estado - citados no relatório.
De acordo com esses dados, no primeiro trimestre do ano iniciaram-se cerca de 289,8 mil contratos de trabalho no Continente, mais 21,7 mil do que no mesmo período de 2017. "Dos contratos iniciados no âmbito do FCT no 1.º trimestre de 2018, observou-se que cerca de 40,5% tinham uma remuneração base mensal igual à RMMG, o que representa um valor idêntico ao registado no 1.º trimestre de 2017 (40,4%)".
Mais ainda, esta percentagem subiu nos últimos anos: 23% no primeiro trimestre de 2014; 32,2% no primeiro trimestre de 2015; e 37,1% no primeiro trimestre de 2016.
Esta evolução reflete a trajetória de subida do salário mínimo - passou de 485 euros mensais no início de 2014, para 580 euros em 2018 - mas também sinaliza que muitos empregos que estão a ser criados em Portugal pagam baixos salários, conclui a publicação.
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