"República penitenciária" foi o projeto vencedor deste ano. Obra do artista cubano em exposição em Lisboa e Madrid.
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Prémio idealista de Arte Contemporánea
Hamlet Lavastida, artista cubano vencedor do Prémio idealista de Arte Contemporânea 2022 @Peter Rosemann

O artista cubano Hamlet Lavastida, (Havana 1983) é o vencedor do Prémio idealista de Arte Contemporânea 2022 com o projeto "República Penitenciária". O prémio inclui uma compensação monetária e a participação do artista com a sua obra nos espaços idealista presentes nestas feiras imobiliárias. Nesta edição, o Salão Imobiliário de Lisboa (SIL), de 12 a 15 de maio, e o Salão Imobiliário de Madrid (SIMA) de 26 a 29 de maio, são os espaços que irão receber a exposição de Lavastida.

O artista irá apresentar o projeto "República Penitenciária", uma reflexão que se centra em certas noções de linguagem ideológica dentro do contexto cubano. Questões como a política cultural, design, esfera pública, arqueologia e historiografia são abordadas através de diferentes suportes, tais como vídeo, colagens, performances, intervenções públicas e instalações.

A exposição, comissariada por Elisa Hernando e coordenada pela Arte Global, consiste em 21 ilustrações de uma seleção de estrtuturas arquitetónicas utilizadas pelo sistema penitenciário, administrado pelo Ministério do Interior MININT, para recluir a população prisional em Cuba.

O Prémio idealista 2022 é uma iniciativa do marketplace imobiliário em Espanha, Itália e Portugal, que reconhece o talento e a visão dos jovens criadores, procurando fomentar e apoiar a produção artística. Nas edições anteriores os vencedores foram:

  • Na primeira edição, em 2018, o prémio foi entregue ao artista basco Ismael Iglesias (Durango 1974), com a obra "Streetfighter";
  • A segunda, em 2019, foi ganha pelo artista oscense David Latorre com o projeto "Arquitetura, Corpo e Indumentária";
  • Em 2021 Jorge Yeregui ganhou o prémio com "Comunidades".


Sobre o artista: quem é Hamlet Lavastida?

Hamlet Lavastida, (Havana, 1983), estudou na Academia Nacional de Bellas Artes San Alejandro, (Havana, 1998-2002) e no Instituto Superior de Arte, (Havana, 2003-2009), bem como na Cátedra de Arte de Conducta, (Havana, 2004-2006). Desde 2018 integra o grupo de artistas que rejeitaram a operacionalidade e implementação do Decreto 349 (este decreto é feito para aumentar o controlo e reservar o monopólio ideológico do Estado cubano sobre todo o tipo de atividade cultural), a partir do manifesto e fundação do Movimento San Isidro.

Hamlet associou-se aos artistas baseados à volta do grupo SIN349, o qual também exigiu a revogação deste mesmo decreto. Mais tarde, subscreveu as reivindicações cívicas e culturais do grupo 27N, expostas na sua declaração de manifesto.

Em junho de 2021 decidiu regressar a Havana após a sua participação na residência artística Kunstlerhaus Bethanien. À sua chegada, foi preso e enviado para a sede do Organismo Especializado de Investigação Criminal para Crimes contra a Segurança do Estado, vulgarmente conhecido como Villa Marista. Aí foi acusado de instigação para cometer um crime e foi preso durante três meses. A sua libertação da prisão foi condicionada à partida para a Europa como exilado, juntamente com a escritora, poetisa e ativista Katherine Bísquet.

O seu trabalho foi já apresentado em várias exposições, tais como:

  • Kunstlerhaus Bethanien; (DE, 2021);
  • La Bienal OO, Habana (CU, 2018);
  • ARTIUM, Centro-Museo Vasco de Arte Contemporáneo,
  • Vitoria-Gasteiz (ES, 2015);
  • Centro de Arte Contemporáneo Łaźnia, Gdańsk (PL, 2013);
  • Bienal de Liverpool. Internacional 10: Touched (UK, 2010);
  • Espacio Aglutinador, Havana (CU, 2008);
  • 7ª Bienal de Gwangju, Gwangju (KO, 2008).


E participou em programas de residência tais como: Kunstlerhaus Bethanien, Berlim, (DE, 2020). HAWAPI, (ETCR) Amaury Rodríguez, Pondores, La Guajira (CO, 2018). Laboratório A-I-R, Centrum Sztuki Współczesnej, Zamek Ujazdowski. Varsóvia, (PL, 2012); Residencia PERRO Aglutinador-Laboratorio, Havana, (CU, 2008). 


Sobre o Prémio idealista 2022

O idealista apoia, há vários anos, autores nacionais e internacionais promovendo a produção artística de arte contemporânea através da aquisição de obras de arte que refletem o impacto do "urbano" na vida das pessoas.

A sua colecção inclui obras de artistas como Panos Kokkinias (Atenas, Grécia, 1965), Teresa Margolles (Culiacán, México, 1963), Maider López (San Sebastián, Espanha, 1975), Olaf Breuning (Schaffhausen, Suíça, 1970) e Massimo Vitali (Como, Itália, 1944). As obras participam numa rota itinerante entre os escritórios da empresa em Lisboa, Madrid, Barcelona, Málaga e Milão.

Para a criação do "Prémio idealista", e a coordenação do prémio em edições futuras, o idealista selecionou Elisa Hernando, Directora de Arte Global, que foi também a curadora da intervenção que Hamlet Lavastida realizará na SIL Lisboa e SIMA Madrid.

Sobre a Arte Global

A Arte Global é uma consultora de arte internacional dedicada à recolha de arte e projetos de gestão cultural para instituições, empresas e indivíduos. Fundada em 2003 por Elisa Hernando, a Arte Global tem clientes de referência como Uría Menéndez Abogados, Fundación Banco Santander, ARCOmadrid, Repsol, idealista, entre outros.
 

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