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Marta Esteves Costa, Cushman & Wakefield
idealista/news

Depois da valorização à volta dos 150% do Chiado e da consolidação da Avenida de Liberdade, registadas em 2014, a zona da Baixa lisboeta vai ser a área de maior crescimento este ano na capital do país, em termos imobiliários. A previsão é de Marta Esteves Costa, recentemente nomeada head of research & consultancy para a Península Ibérica da Cushman & Wakefield, que acredita também no forte potencial da cidade do Porto. 

"Não sei se na mesma ordem de grandeza do crescimento do Chiado, mas há com certeza na Baixa de Lisboa oportunidades muito interessantes na sequência da nova lei do arrendamento, por exemplo", declara Marta Esteves Costa, em entrevista ao idealista/news antecipando que "a Av. da Liberdade está consolidada, mas vai continuar a crescer".

Quanto ao Porto, a especialista no mercado imobiliário ibérico explica que "em Espanha os investidores internacionais costumam entrar mais em paralelo, ao mesmo tempo em Madrid e Barcelona, mas em Portugal primeiro entram por Lisboa e depois no Porto", o que deverá acontecer com força já a partir deste ano.

Após um ano de alto investimento estrangeiro no setor imobiliário em Portugal, Marta Esteves Costa diz que "as perspetivas para 2015 também são muito boas", com capitais vindos um pouco de todas as partes do globo, antevendo assim que se cumpram os valores de mil milhões de euros de investimento total que vários especialistas do setor têm vindo a apontar para este ano.

Ativos de qualidade de retail e hotelaria à venda em breve

"Há muitos portefólios de qualidade e com muito interesse em Portugal. Podemos esperar, com certeza, que surjam no mercado mais ativos à venda de imobiliário comercial (retail), logística e também de hotéis", adianta a gestora, escusando-se a revelar detalhes, por obrigatoriedade de sigilo profissional. Do lado dos bancos, que ainda têm que se desvincular de muitos imóveis, podem-se esperar "boas surpresas".

O único risco que de momento a C&W  identifica para Portugal é internacional, como a questão da Grécia, que poderá afetar toda a Europa. "Internamente há muitos sinais do país que dão força aos investidores", insiste Esteves Costa.

Investidores internacionais não procuram Portugal por preço

"Quem investe em Portugal e Espanha não vem por preço - claro que é mais barato que Londres e Paris – mas pela qualidade dos imóveis e segurança dos paises, cuja economia tem vindo a melhorar e dão sinais de confiança", analisa. Mais recentemente, no mercado nacional, há também o chamado value add, que significa entrar e trabalhar bem para valorizar. "São ativos com potencial de recuperação como por exemplo o caso do Dolce Vita Tejo e não estão em causa investidores oportunistas", explica.

Atualmente, a Pensínsula Ibérica não tem um competidor direto. "Em tempos, a Europa de Leste foi um concorrente, mas já não é e Itália também não, porque apesar de fazer também parte da Europa do Sul, para onde os investidores internacionais olham de forma agregada (Portugal e Espanha) para dar mais dimensão às carteiras, é mais cara e com um perfil de mercado diferente".

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