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O cofundador e CEO, Michael Bruce, demitiu-se dos cargos na companhia BBC

A agência imobiliária de base inglesa Purplebricks está prestes a deixar de operar na Austrália, menos de três anos depois de entrar no país. Prometeu “mudar o panorama imobiliário”, com um modelo de comissões fixas muito agressivo e uma plataforma online, mas a operação não funcionou. A decisão agora anunciada deve-se às perdas registadas nos últimos meses, bem como às preocupações quanto à viabilidade deste modelo de negócio. 

O cofundador e CEO, Michael Bruce, renunciou entretanto aos cargos na companhia e foi substituido por Vic Darvey, anterior diretor de operações.

A Purplebricks, segundo conta o Financial Preview (acesso pago), fez ainda saber que tem também em curso um profundo plano de revisão das operações nos Estados Unidos, onde entrou no final de 2017 e tem vindo a expandir-se geograficamente, estando agora a lutar com dificuldades financeiras. 

Modelo de comissões fixas falhou 

A Purplebricks entrou no mercado australiano em setembro de 2016, com uma oferta muito agressiva que consistiu no estabelecimento de uma taxa fixa de 4.500 dólares (4.000 euros) em Melbourne e Brisbane, um modelo que depois foi replicado noutros estados. O objetivo era ser uma “alternativa credível” ao modelo tradicional de comissões. Uma “fórmula” que nasceu no Reino Unido e que é replicada no Canadá e nos EUA, onde a Purplebricks também está presente.

Quando entrou no mercado australiano a mediadora obteve resultados positivos, graças à transação de imóveis ‘premium’. Mas o negócio começou a dar sinais de fraqueza ao mesmo tempo que o segmento da habitação mostrou estar a desacelerar, e as vendas a demorarem mais tempo a fechar. Com tudo isto, os agentes imobiliários começaram a receber comissões mais baixas, que rondavam apenas os 1.000 dólares (893 euros) mensais. 

Para dar resposta a este cenário, a Purplebricks aumentou as taxas fixas várias vezes, tendo renovado, em outubro de 2018, o seu modelo de negócio: pagavam inicialmente 4.400 dólares (3.930 euros) e o mesmo valor se os agentes conseguissem cumprir os objetivos da venda.

Mas este “formato” começou a ser questionado pelos analistas do mercado bolsista, que alegaram que a empresa gastava 0,84 cêntimos de dólar por cada dólar ganho. E mais: um relatório da UBS alertou a Purplebricks que não teria lucros na Austrália até 2022. 

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