Este processo permitirá ao grupo Inditex ter “uma presença ainda mais robusta no mercado português”, revela o projeto de fusão publicado no Portal da Justiça.
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Inditex avança com fusão de nove empresas – Zara Portugal será a única a operar no país
Deepak Raj / Unsplash

O grupo Inditex já deu início ao processo de fusão das nove empresas que possui em Portugal. Em resultado, o grupo espanhol operará no país apenas com Zara Portugal, uma estratégia que permitirá eliminar custos operacionais, mas não só. O seu objetivo passa também por “aumentar o poder e a presença” em território nacional.

O processo, que deu entrada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa a 22 de abril de 2021, prevê a fusão de Zara Portugal com oito empresas: Bershka, Italco (Massimo Dutti), Oysho, Pull&Bear, Robustae (Lefties), Stradivarius, Uterqüe e Zara Home. Para tal, haverá a transferência global do património de cada uma para Zara Portugal, que já detém 100% do seu capital social, refere o documento publicado no Portal de Justiça citado pelo Jornal de Negócios. As oito empresas vão ser extintas, mas as marcas vão continuar a operar no mercado. O registo do processo deverá estar concluído até ao final do mês de maio.

Por detrás desta decisão estão “motivos de racionalidade económica”, refere o grupo no mesmo documento. Ao simplificar a estrutura da sociedade, o grupo Inditex poderá assim cortar custos de vários tipos: legais, fiscais, operacionais, financeiros, burocráticos e de contexto. Em concreto, esta fusão vai permitir a “diminuição dos gastos com serviços de auditoria e consultoria” e a “eliminação de estruturas administrativas e de gestão duplicadas”. Fundir as nove empresas significa diminuir a estrutura de custos para, assim, obter “uma margem operacional superior”, que “permitirá ao grupo passar a ter uma presença ainda mais robusta no mercado português a nível concorrencial, operacional e financeiro”, lê-se ainda. O objetivo é claro: o grupo espera obter “valor e dimensão consideravelmente superiores ao que cada empresa possui individualmente no momento, com consequente aumento do poder e presença no mercado”, segundo o projeto.

Postos de trabalho deverão estar “salvaguardados”

Este processo, que visa consolidar a rede do grupo já existente em Portugal, salvaguarda que “os contratos em vigor, celebrados com todos os trabalhadores, transitarão para a Zara Portugal sem alterações, respeitando-se todos os direitos e regalias, incluindo a antiguidade”, revela ainda o documento. Por outro lado, o projeto também diz que “a fusão possibilitará a racionalização e otimização da força de trabalho das empresas, potenciando um aproveitamento acrescido dos recursos e a sua valorização”.

A transferência de contratos com outros parceiros das oito empresas para a Zara Portugal também está prevista, mantendo-se as relações com fornecedores, clientes e parceiros estratégicos.

Redefinição do modelo de negócio à escala global

O grupo espanhol não esconde que “os desafios impostos pela evolução do setor e da indústria suscitaram a necessidade de redefinir o modelo de negócio do grupo à escala global”. Nesta operação, inserem-se processos de fusão semelhantes que já foram concluídos em outros países europeus como Croácia, Sérvia, Dinamarca, Finlândia e Japão.

A par destas operações, o grupo avançou também no início deste ano para o encerramento de 1.200 lojas, sobretudo as de rua, que representam 8% das vendas do grupo. Em Espanha, deverão fechar 500 unidades. Em Portugal, ainda não se sabe ao certo.

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