segundo o jornal público, portugal tem de importar tudo o que se consome no país no que diz respeito a cereais, até para alimentar o gado. nos últimos dez anos, o défice da balança comercial alimentar nacional disparou 23,7%, pelo que os portugueses estão cada vez mais dependentes do estrangeiro para comer e, por isso, cada vez mais vulneráveis a uma escalada dos preços das matérias-primas alimentares como a que está a acontecer
dados da organização das nações unidas para a agricultura e alimentação (fao) indicam que os preços das matérias-primas alimentares atingiram os valores mais altos de sempre. o índice da fao, que reúne 55 produtos, atingiu em dezembro o recorde histórico, depois de ter estado a subir durante seis meses seguidos. o açúcar, os óleos e os lacticínios acumulam os maiores aumentos desde 2009, sendo que os cereais e a carne também estão a aumentar
recentemente, o ministro da agricultura antónio serrano disse, em declarações ao jornal de negócios, que esta nova crise pode ser uma oportunidade para portugal, incentivando os produtores. a verdade, escreve o público, é que o país está mais vulnerável do que nunca a um choque de preços deste tipo, devido à elevada dependência do estrangeiro para se abastecer da maioria dos alimentos
a escalada dos preços já fez aumentar os custos na importação de alguns produtos, como por exemplo dos cereais, que em outubro dispararam 76,9%, para os 71 milhões de euros. os gastos com compra de carne no exterior também subiram 1,4%
"todos os factores de produção aumentaram de forma brutal, criando uma situação insustentável para muitas empresas da fileira agro-alimentar", disse pedro queiroz, director-geral da federação das indústrias portuguesas agro-alimentares (fipa), citado pelo público
de acordo com o instituto nacional de estatística (ine), o défice comercial (saldo entre as exportações e as importações de alimentos) português aumentou 23,7% entre 1999 e 2009, totalizando 3,3 mil milhões de euros. apesar de as exportações terem crescido mais de 100%, as importações também subiram mais de 50% e representam quase o dobro dos produtos que são exportados
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