Há quase 30 anos que os portugueses não gastavam tanto com a habitação. Em 2015/2016, os gastos com a casa - incluíndo as despesas com energia e combustíveis - consumiram 31,8%, atingindo um valor máximo que não se registava desde 1989, desde quando tem vindo numa trajetória de crescimento. Em contrapartida as famílias portuguesas estão a gastar menos com hotéis e restaurantes passando para 8,5%, valor que também é um mínimo histórico.
O Instituto Nacional de Estatística (INE), que faz esta análise comparativa de cinco em cinco anos, comunicou esta segunda-feira que a habitação, energia e combustíveis têm um peso de 31,8% no orçamento familiar, quando no último período era de 29,2%. Já os gastos com hotéis e restaurantes registam uma contração significativa nos últimos cinco anos, passando de 10,4% para 8,5%.
Segundo os dados que têm por base o Inquérito às Despesas das Famílias, somadas, as despesas de habitação (31,8%), transportes (14,7%) e produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (14,4%) as famílias ficam sem 60,9% do total do que ganham. O que também traduz um reforço de quatro pontos face a 2010/2011.
Quem tem filhos gasta ainda mais
Contas feitas, em 2015/2016 a despesa anual média dos agregados familiares foi de 20.916 euros, mais 2,6% que o valor contabilizado em 2010/2011 (20.391 euros). Ou seja, mais 525 euros.
O INE revela ainda que "a despesa média anual dos agregados familiares com crianças dependentes é 44% mais elevada do que a despesa média das famílias sem crianças".
Por regiões, só o valor da despesa anual média das famílias que vivem na Área Metropolitana de Lisboa (23.966 euros) está acima da média da despesa no País, um valor que é superior em cerca de 14,6%. E foi aqui que também mais aumentou a despesa média (7,1%).
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