Uma nova realidade está a assistir-se no mercado imobiliário residencial em Portugal: se até agora se assistia a uma subida de preços das casas, sobretudo, nos centros históricos de Lisboa e Porto e do Algarve - impulsionada pela procura internacional e pelo turismo -, atualmente a valorização é já uma realidade transversal à quase totalidade do território nacional. Este fenómeno está a ser desencadeado pela maior disponibilidade da banca para dar crédito à habitação, a par da retoma da nova construção.
No primeiro trimestre de 2017, o preço das casas em Portugal Continental subiu 6,2% face ao mesmo período do ano passado, segundo revela a Confidencial Imobiliário (Ci) no âmbito do Índice de Preços Residenciais. Neste período, apenas 15 dos 278 concelhos de Portugal Continental (i.e, cerca de 5%) apresentaram uma descida do preço das casas face ao 1º trimestre de 2016. No quarto trimestre de 2015, eram 236 os concelhos que apresentavam descidas de preços face ao mesmo período do ano anterior, ou seja cerca de 85% dos 278 concelhos.
“Estes dados mostram que a generalização geográfica da tendência de subida de preços das casas, apesar de ser expectável, só recentemente se confirmou”, comenta Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário (Ci).
Lisboa e Cascais com maiores valorizações
Entre os vários concelhos nacionais distinguem-se alguns da Grande Lisboa e do Algarve, onde o Índice de Preços Residenciais mostrou subidas homólogas dos preços superiores a 15% no primeiro trimestre de 2017. Lisboa e Cascais destacam-se com valorizações de 24,3% e 18,3%, mas também Oeiras apresenta uma subida de 13,6% entre o primeiro trimestre de 2016 e o deste ano.
No caso do Algarve, foram os concelhos de Lagoa, Loulé e Faro os que mais se evidenciaram, com recuperações homólogas de entre 15,3% e 26,7% no primeiro trimestre de 2017. Em contraste, no Grande Porto, apenas o concelho do Porto registou um aumento dos preços, subindo 3,3% face ao período homólogo.
Os restantes mercados da região exibiram perdas homólogas nesse período, que em Gaia e Matosinhos, dois dos principais mercados, atingiram os 3,9% e os 4,2%, respetivamente.
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