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A recuperação do mercado habitacional português está a avançar a um ritmo acelerado, alimentada pela melhoria da economia, falta de oferta de produto e uma forte procura de compradores estrangeiros e baixas taxas de juro. Por tudo isto, os preços das casas deverão fechar o ano com um crescimento de 6% este ano, mas nos próximos anos irá assistir-se um arrefecimento das subidas. A previsão é da Standard&Poor's, que antecipa uma valorização de 4,5% em 2018 e de 3% nos dois anos seguintes.

Para sustentar estes números, a agência de rating recorda que o número de transações imobiliárias residenciais no primeiro trimestre de 2017 aumentou 19,4% ano a ano, após o aumento de 18,5% em 2016. A procura concentra-se nas casas já construídas, enquanto a atividade no mercado de obra nova tem vindo a recuperar muito lentamente. Neste segmento, as operações subiram apenas 0,9% em 2016 e 1,9% no primeiro trimestre de 2017.

Já os preços das casas aumentaram 7,6% em 2016 e 7,9% no trimestre de 2017, face aos períodos homólogos, de acordo com o National Instituto de Estatística. As habitações existentes viram os seus preços aumentarem em 9,2% no primeiro trimestre, enquanto os preços das novas habitações cresceram 4,2%. Ainda assim, segundo a agência de notação financeira norte-americana, o mercado residencial português permanece relativamente barato face a outros países, apresentando preços acessíveis e incentivos especiais que continuam a atrair compradores estrangeiros. 

Tendo em conta que a economia portuguesa está a viver um forte impulso de crescimento - com o PIB a acelerar para 2,8% anualmente e um ritmo constante de criação de emprego que apoia o consumo privado - e as taxas de juro dos empréstimos à habitação continuam em baixos níveis, a Standard&Poor's espera que se mantenha a recuperação do mercado imobiliário, mas a um ritmo mais moderado no final da década, do que aquele se está a viver atualmente.

Este cenário está em linha com vários responsáveis do setor imobiliário, que têm vindo a rejeitar a existência de uma bolha imobiliária em Portugal, argumentando que nos próximos anos, o mercado vai crescer a preços sustentáveis, na ordem dos 3%.

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