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Casas já demoram mais tempo a ser vendidas: a culpa é dos (altos) preços
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Em 2018, “mais de metade das casas venderam-se em apenas três meses”, o que não deve acontecer este ano, já que “o tempo médio para vender um imóvel está a aumentar”. O alerta é dado pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

A entidade considera que o previsível aumento do tempo de venda de uma casa deve-se (também) ao facto dos proprietários continuarem a fixar preços acima do valor real de mercado, e acima do que a maior parte dos portugueses, a classe média, pode pagar. Nesse sentido, a associação de mediadoras apela aos proprietários para serem razoáveis na fixação do preço inicial dos imóveis.

Segundo o Público, que se apoia em dados do Gabinete de Estudos da APEMIP, “em 2018, mais de metade das casas venderam-se em apenas três meses, mas a expectativa é de que se registe uma desaceleração em 2019, duplicando o tempo de venda”.

Luís Lima, presidente da estrutura associativa, considera que a causa das maiores dificuldades de escoamento dos imóveis estão identificadas: “São a falta de stock imobiliário e os preços que estão a ser praticados no mercado, que não ‘casam’ com a procura, que continua elevada”.

Para o responsável, as dificuldades no escoamento dos imóveis em carteira vão aumentar ao longo do ano. “A falta de oferta do mercado é um problema real, e, como já referi diversas vezes, tem motivado a subida de preços”, disse, acrescentando que “a oferta disponível começa a ser completamente desadequada à procura existente”. 

“Os preços praticados são absolutamente proibitivos para a classe média/média baixa, e, mesmo para um segmento superior, os preços elevados começam a retrair os potenciais compradores, que sentem que o mercado está demasiado quente, adiando assim o negócio”, referiu.

Tempo médio de venda recuou nos últimos anos

Os dados do Gabinete de Estudos da APEMIP mostram que em 2014 quase metade dos imóveis “no mercado” demoraram mais de 12 meses a serem vendidos: entre 10 e 12 meses foram vendidas 17,22% das casas e entre sete e nove meses 13,05%. Entre quatro e seis meses foi escoada 10,52% da carteira e apenas 9,63% até três meses, escreve a publicação, apoiando-se nos dados da associação de mediadores. 

Três anos depois, em 2017, o cenário mudou de figura: apenas 4,44% das casas demoraram mais de 12 meses a encontrar novo dono e mais de 80% conseguiram-no em menos de seis meses (37,78% entre um a três meses e 46,67% entre quatro a meses meses). Os restantes 11,11% foram transaccionados entre os sete e os nove meses.

Prazos que voltaram a encortar no ano passado, já que 52,94% dos imóveis foram transacionados em menos de três meses. Entre quatro e seis meses foram alienadas 20,59% dos imóveis postos à venda, e 17,65% entre sete e nove meses. Apenas 5,88% demoram entre 10 e 12 meses e apenas 2,94% se venderam em mais de 12 meses.

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