Um novo ciclo político e económico está à vista, com o novo Governo do socialista António Costa. E decidimos antecipar o que aí vem no imobiliário. Para isso, quisemos saber o que pensam alguns dos principais intervenientes do setor sobre o novo Executivo, bem como o que gostariam que acontecesse na legislatura que agora arranca e aquilo que consideram que não pode avançar. Esta é visão de Francisco Horta e Costa, diretor-geral da CBRE Portugal.
O que esperar de Portugal a nível do imobiliário e economia nos próximos anos, com o novo Governo?
É de esperar que o imobiliário mantenha uma dinâmica bastante acentuada, não só devido ao facto das taxas de juros se irem manter a níveis historicamente baixos, mas também pela procura latente de habitação a preços mais acessíveis e de escritórios, que irá aos poucos ser satisfeita do lado da oferta, à medida que serão construídos novos projetos.
Além disso, Portugal irá continuar a ser um destino cada vez mais procurado por estrangeiros para viver e trabalhar. Esperamos que o novo Governo entenda que o imobiliário pode contribuir de forma decisiva para criar um efeito multiplicador na economia, tendo em conta o número crescente de empresas que se querem instalar em Portugal.
Que medidas gostariam de ver avançar e que riscos identificam?
Gostaríamos de ver medidas tais como:
- redução do IVA para 6% na habitação, nomeadamente em projetos de habitação em zonas fora do centro histórico das grandes cidades;
- criação de uma legislação que permitisse a responsabilização dos promotores imobiliários e dos arquitetos na aprovação dos projetos, acelerando assim a construção e conclusão dos mesmos, aumentando a oferta e nivelando preços;
- criação de incentivos à promoção e investimento por parte de privados em projetos residenciais para arrendamento.
Identificamos como risco qualquer intervenção no mercado no sentido de o regular artificialmente, seja do ponto de vista legislativo ou no quadro fiscal.
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