Luís Lima, presidente da APEMIP, sobre o futuro do imobiliário em Portugal nesta legislatura.
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Um novo ciclo político e económico está à vista, com o novo Governo do socialista António Costa. E decidimos antecipar o que aí vem no imobiliário. Para isso, quisemos saber o que pensam alguns dos principais intervenientes do setor sobre o novo Executivo, bem como o que gostariam que acontecesse na legislatura que agora arranca e aquilo que consideram que não pode avançar. Esta é visão de Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

O que esperar de Portugal a nível do imobiliário e economia nos próximos anos, com o novo Governo?

Espero sobretudo uma forte aposta no combate aos problemas habitacionais que se têm verificado. No início deste mês entrou em vigor a primeira Lei de Bases da Habitação, que estabelece que todas as famílias têm direito a habitação condigna, e esperamos que o novo Governo assuma este preâmbulo com seriedade, e trabalhe, junto com o mercado, no sentido de aumentar a oferta disponível, a preços acessíveis, no mercado de arrendamento e no mercado de compra e venda. 

Para haver equilíbrio entre a oferta e a procura é necessário 60 a 70 mil casas. Estão previstas 30 mil casas, quase metade do que é necessário, mas destas, 80% estão dirigidas para um segmento alto, quando o foco deverá ser a classe média, média baixa e os jovens.

Ora, não há dúvida de que o Estado tem de ter um papel na promoção do aumento da oferta imobiliária, para assim dar resposta às necessidades dos cidadãos. Creio que esta deverá ser uma das principais preocupações para o Governo.

Que medidas gostariam de ver avançar e que riscos identificam?

Neste momento, gostaria sobretudo que não se deitasse a perder as conquistas que foram sendo feitas, nomeadamente por via da manutenção dos programas de captação de investimento, como o Regime Fiscal para Residentes não Habituais e programa de Autorização de Residência para Atividades de Investimento, que continuarão a ser muito importantes para reforçar a posição de Portugal no panorama do investimento estrangeiro internacional, nomeadamente na captação de investimento para zonas de baixa densidade populacional, promovendo assim a descentralização do investimento e a dinamização de económica de zonas menos populadas, como interior do país.

A nível fiscal, seria importante que não houvesse surpresas para o setor imobiliário. Nos últimos anos temos sido penalizados, pelo que creio que, desta vez, a haver surpresas, que sejam positivas numa linha estratégica para o aumento da oferta imobiliária nacional.

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