Instabilidade laboral, baixos salários e falta de progressão na carreira entre os motivos que levaram à criação da iniciativa.
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Recém-criado Movimento dos Trabalhadores em Arquitetura quer combater precariedade do setor
Jeff Sheldon/Unsplash

O setor da construção parece estar a recuperar da crise e o mercado da arquitetura duplicou de valor desde 2014, segundo o Conselho dos Arquitetos da Europa (CAE). Há mais encomendas, públicas e privadas, mais trabalho e emprego, o que não significa que as condições laborais dos profissionais da área tenham melhorado. É neste contexto que nasceu o Movimento dos Trabalhadores em Arquitectura (MTA). Em cima da mesa está também a criação de um sindicato.

Não estamos só a falar dos baixos salários ou do não-pagamento de horas extraordinárias, mas sim da inexistência de contrato de trabalho e dos falsos recibos verdes, que não dão acesso a subsídios de alimentação, férias, paternidade, desemprego”, disse Inês Azevedo, arquiteta de 27 anos, citada pelo P3. Inês é uma representantes que integra o MTA. 

Segundo a responsável, há no universo da arqutetura casos de abuso de estágios profissionais, de gabinetes “muito pequenos” com trabalhadores apaga-fogos que têm de “saber fazer tudo”, de baixos salários, de instabilidade laboral, de miragem da progressão na carreira. Situações que mostram a precariedade do setor que o MTA quer combater, defendendo e reivindicando os direitos laborais destes profissionais, escreve a publicação.

“Procuramos organizar todas as pessoas que trabalham em arquitetura: arquitetos inscritos ou não na Ordem, que acabaram ou não o curso, orçamentistas, desenhadores, projetistas…”, referiu Tiago Ascensão, de 29 anos, atualmente a fazer estágio para a Ordem – é outro dos representantes do MTA.

Para saberes mais informações sobre o MTA, nomeadamente sobre as atas das reuniões e convocatórias, nada melhor que consultar a página do movimento no Facebook. O maifesto criado pelo movimento será apresentado e colocado à discussão em duas assembleias, abertas a todos os interessados (sob inscrição prévia no site do coletivo): a 26 de outubro e 9 de novembro, pelas 15h, na Associação de Jornalistas e Homens de Letras, no Porto.

A possibilidade de ser constituído um sindicato não está afastada, apesar de ainda ser precoce falar sobre o tema. “Tudo está em aberto e sujeito a discussão”, sublinhou Ricardo Gouveia, outro dos representantes do MTA, citado pelo P3. “Também depende da força que consigamos. Seria inconsequente dizer que este grupo que se tem juntado no Porto vai formar um sindicato, se não tivermos representação em todo o lado”, acrescentou Diogo Silva, que também integra o movimento.

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