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Aldeia italiana paga até 44.000 euros a quem decidir ir viver e trabalhar para lá
Santo Stefano di Sessania
Flavio Di Stefano

Depois do fenómenos das "casas por 1 euro", as iniciativas para repovoar o sul e interior de Itália continuam. Desta vez, o destaque vai para Santo Stefano di Sessanio, uma pequena aldeia de Abruzzo na província de L'Aquila, que quer atrair novos habitantes para o seu território através de um projeto-piloto que prevê o pagamento de subvenções monetárias que podem chegar aos 44.000 euros - isto é, uma atribuição de um subsídio mensal durante três anos até ao máximo de 8.000 euros/ano, e um subsídio, até ao máximo de 20.000 euros, para começar um negócio. O idealista/news falou com o presidente da autarquia, Fábio Santavicca, para saber mais sobre a iniciativa.

Santo Stefano em Sessania é uma pequena cidade de apenas 115 habitantes, dos quais 41 têm mais de 65 anos e apenas 13 têm menos de 20 anos. No entanto, durante o verão e o período de Natal, na região de Abruzzo, há um grande afluxo de turistas.

“Este projeto nasceu de uma necessidade”, explica o autarca, que já vai no sétimo ano do seu mandato. “Somos uma pequena aldeia que, comparada a tantas outras, tem, contudo, um sistema microeconómico bastante positivo, existem muitos estabelecimentos de alojamento na aldeia e até alguns serviços que surgiram nos últimos anos”.

Apoio de 20.000 euros para quem abrir negócio

Santavicca sublinha ainda que na pequena aldeia não falta empreendedorismo, ainda que familiar. Ainda assim, no inverno e na primavera, sofrem porque são poucos, “daí a ideia de desenvolver um plano de recuperação para o repovoamento de Santo Steno di Sessanio ”. No entanto, o autarca está ciente das dificuldades que viver numa aldeia destas pode significar: “viver numa aldeia a 1300 metros acima do nível do mar não é tão simples como viver num centro urbano onde se tem de tudo, e para isso temos de encorajar os novos residentes”.

O projeto prevê, por isso, a apresentação de motivos válidos para a mudança para Santo Stefano di Sessanio: uma bolsa mensal durante três anos até ao máximo de 8.000 euros por ano; uma casa para arrendar a uma renda simbólica e um subsídio, até ao máximo de 20.000 euros, para começar um negócio na região.

A iniciativa destina-se a cidadãos italianos (mas não de regiões com menos de 2.000 pessoas) e estrangeiros (cidadãos da UE ou na posse de autorização de residência da CE para residentes de longa duração emitida por tempo indeterminado) com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos, que pretendam transferir a sua residência para Santo Stefano di Sessanio, por um período mínimo de 5 anos, e abrir uma atividade empresarial no município.

O autarca esclareceu ainda que o projeto está numa fase exploratória, mas garante que o interesse gerado já é considerável. “Depois de ter publicado o press release no site, sem nem mesmo tê-lo divulgado, em poucas horas chegaram mais de mil formulários e continuam a chegar pedidos que avaliaremos assim que o prazo para inscrições acabar” – o prazo termina a 15 de novembro de 2020.

O objetivo é dar nova vida ao tecido social da aldeia, mesmo fora da época alta, mas também apoiar os que lá vivem, incentivando o início de novos negócios. “Queremos dar serenidade a quem vive em Santo Stefano di Sessanio, tirar o sentimento de abandono e solidão de quem ali vive”, defende ainda o autarca.

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