Há cada vez mais municípios italianos a aderir à moda de vender casas por 1 euro. Um preço simbólico capaz de gerar e atrair grande interesse dentro e fora de portas, mas que pode ser movido por diferentes lógicas. Não raras vezes o objetivo é repovoar a zona, mas no caso de Oyace, uma vila encantadora no Vale de Aosta, o propósito é outro. Para saber mais sobre este projeto, o idealista/news entrevistou a autarca Stefania Clos.
A iniciativa do município nasceu para remediar um problema (o estado de abandono em que se encontram vários edifícios) e, ao mesmo tempo, oferece uma solução aos proprietários. Foi a autarca Stefania Clos quem o explicou: “Na nossa zona existem muitas situações de abandono de edifícios devido, na maioria das vezes, a heranças para os quais não existe interesse”. “Estes imóveis, em vários casos, situam-se no centro histórico e, para além do aspeto estético, existe também o risco de se tornarem um risco para a segurança dos cidadãos”, diz ainda.
Por isso, Stefania Clos, antes mesmo de se tornar autarca, sempre deu destaque a essa questão, tanto que uma vez eleita não perdeu tempo e ofereceu aos proprietários dos imóveis em questão a solução: “A Câmara podia encarregar-se de começar as obras – para tornar os edifícios seguros - mas depois como é lógico iria apresentar a conta, ou então os donos dos imóveis em questão teriam de fazê-lo de forma independente”.
No final das contas, a terceira via parece ser capaz de agradar a todos: casas à venda por 1 euro. Com esta iniciativa, os proprietários poderão “desfazer-se” de imóveis sobre os quais não têm interesse, os compradores poderão investir os seus recursos exclusivamente nas obras de reabilitação e o município terá mais uma vez um centro histórico protegido e esteticamente mais adequado ao contexto .
“O nosso território em termos de acessibilidade é mais seguro e mais fácil de alcançar por qualquer meio", acrescenta ainda a autarca. No entanto, e para arrancar, o projeto precisa de uma resposta dos proprietários. “O concurso foi lançado recentemente, no início de fevereiro, mas o feedback já me deixa satisfeita, vários concordaram em vender a quem queira reabilitar”.
A intenção da autarca é ainda a de dar liberdade absoluta, sem impor restrições aos compradores, pelo contrário: “Não vamos impor obrigações de residência ou vetos aos destinos de uso”, diz. E vai mais longe, abrindo o projeto a oportunidades de investimento de todo tipo: “Há casas de tamanhos diversos, talvez até propriedades que se prestam a uma estrutura de pousada, e eu promovo uma mentalidade de abertura do território, a menos que existam limites de natureza legislativa ou paisagística”.
A este respeito, faz também questão de sublinhar que, mesmo à saída da vila, existe uma aldeia abandonada, mas que já tem ligação à água, luz e também esgotos que, portanto, já se encontra em grande parte habitável. “Poderia ser uma oportunidade para revitalizar esta aldeia, uma área onde se poderiam erguer 10 a 15 casas”, refere.
Oyace tem mais ou menos 212 habitantes, está localizada numa vila de montanha bastante animada onde não falta uma igreja, a câmara municipal, uma mercearia, o bar, os correios e o médico, bem como o jardim de infância e a escola primária e uma biblioteca particularmente bem abastecida com mais de 12 mil volumes. Além da oferta cultural e social, um campo de futebol e um complexo polivalente completam a vertente lúdica.
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