
Arquiteta, construtora e artista. Teresa Otto fundou a Ottootto em 2015, após ter co-fundado a LIKEarchitects. Estudou arquitetura no Porto e em Roma, e trabalhou em Olot (Espanha) com os RCR Arquitectos, vencedores do Pritzker 2017. Em 2014 e 2018, representou Portugal na Bienal de Veneza, entre outros arquitetos promissores, tal como se pode ler no seu site. Morreu este domingo, aos 38 anos, vítima de cancro, segundo o jornal Público.
Fazia parte de uma nova geração de arquitetos do Porto e durante o seu percurso foi convidada a instalar as suas obras em Portugal, República Checa, Inglaterra, Holanda, Singapura, Suécia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos, tanto em festivais de luz e arquitetura como em espaços permanentes.
“Teresa gosta de trazer elementos prontos para a arte e construção, surpreendendo com usos que eles nunca tiveram antes”, lê-se no site da Ottootto, um “estúdio de estruturas de arte que combina uma abordagem de construtores e uma abordagem de artistas”.
Os projetos variam de casas-protótipo a escritórios, exposições e instalações, “sempre feitos sob medida, como a alta costura, mas com materiais do dia a dia”. “Esta prática olha para projetos temporários como uma forma de influenciar rapidamente o ambiente urbano (mesmo que apenas por um tempo) e testar novas soluções e detalhes construtivos”.
Pavilhão temporário no jardim de Serralves
Participou na construção de um dos cinco pavilhões temporários no Parque de Serralves, em 2017, numa iniciativa associada à Bienal de São Paulo, que contou com projetos de outros jovens escritórios do Porto – Depa Architects, Diogo Aguiar Studio, Fala Atelier, Fahr 021.3.
A criação de Teresa Otto deu lugar a um pavilhão “geometricamente alinhado com a Casa Cor-de-Rosa, uma casa burguesa do início do século XX”, em que “a relação visual não existe, mas pressente-se ao atravessar o jardim e percorrer a longa alameda ao fundo”, da qual se erguia uma torre de 7 metros.
“A chapa metálica ondulada reutilizada aproxima-a de um arrumo agrícola, uma construção que poderia estar aqui há muitos anos; porém, a pintura a spray, feita no local, traz o pavilhão para o século XXI, remetendo para as paisagens suburbanas do filme que é projetado no seu interior. A pintura vermelho-rosa contrasta com o verde da vizinhança, e o volume é refletido no espelho de água já existente”, lê-se na descrição do projeto.
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