
A Câmara do Porto submeteu quatro candidaturas ao programa 1.º Direito para reabilitar nove ilhas, tendo duas candidaturas sido aprovadas, correspondendo a sete ilhas e um investimento de 8,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Em resposta escrita enviada à Lusa, a Câmara do Porto esclareceu que a empresa municipal Porto Vivo, SRU submeteu quatro candidaturas ao programa 1.º Direito para reabilitar nove ilhas que integram 76 soluções habitacionais.
Das quatro candidaturas, duas já foram aprovadas e correspondem a sete ilhas, que englobam 51 soluções habitacionais e representam um investimento de quase 8,5 milhões de euros.
Segundo o município, foram também submetidas 19 candidaturas de privados para reabilitação de ilhas, o equivalente a 177 soluções habitacionais.
Das 19 candidaturas, quatro foram aprovadas e correspondem a 28 soluções habitacionais e um financiamento superior a 3,5 milhões de euros.
O esclarecimento surge depois de uma visita à obra de reabilitação das seis ilhas da Lomba, na freguesia do Bonfim, que arrancou em abril e deverá terminar no primeiro trimestre de 2026 com o regresso das 40 famílias, que já foram realojadas pela Câmara do Porto.
Durante a visita, o vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, destacou que o projeto da Lomba “representa uma alteração ao paradigma das ilhas” da cidade.
"O ideal é não desenraizar as pessoas", defende Rui Moreira
As ilhas do Porto são constituídas por edifícios unifamiliares no centro da cidade, normalmente com um piso e separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública.
No terreno onde outrora predominavam condições indignas irão ser construídos 47 novos fogos de tipologia T1 a T3.
As 40 famílias que viviam na ilha foram realojadas em casas municipais, processo que terminou em meados de março. Das 40 famílias, quatro ficaram em habitações da Porto Vivo, 29 em habitações da Domus Social e as restantes em casas do mercado de arrendamento.
Assim que for terminada a empreitada, que se estima concluída no primeiro trimestre de 2026, as 40 famílias irão regressar às suas casas. As restantes habitações irão integrar o 'stock' de arrendamento acessível, esclareceu o vereador.
Também presente na visita, o presidente da câmara, Rui Moreira, defendeu que "o ideal é não desenraizar as pessoas" dos locais onde sempre viveram.
A reabilitação das ilhas da Lomba resulta de um acordo assinado em novembro de 2022 entre a empresa municipal Porto Vivo, SRU e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), fruto de um investimento de cerca de 7,7 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no decorrer de uma candidatura ao programa 1.º Direito.
Das 957 ilhas que existem no Porto, e nas quais residem cerca de 10 mil pessoas, apenas três são propriedade municipal, nomeadamente a ilha da Bela Vista, a ilha do Bonjardim e a ilha de Cortes.
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