
Um conjunto de 49 fogos habitacionais foi inaugurado na freguesia de Montenegro, em Faro, para realojar famílias de pescadores das zonas nascente e poente da praia de Faro, cujas habitações vão ser demolidas.
O processo, inicialmente coordenado pela Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, vai permitir realojar, em regime de arrendamento apoiado pelo município, as famílias que manifestaram vontade de sair das casas situadas em zona de Domínio Público Marítimo.
Na cerimónia, que contou com a presença do primeiro-ministro, o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau, aproveitou para elogiar a coragem e sentido de responsabilidade das famílias que optaram por ir para estas casas.
"Mas este passo, difícil e carregado de memórias, é também um passo de futuro", referiu o autarca, sublinhado que o realojamento dos pescadores não significa o apagar de uma história, mas sim o ato de se acrescentar capítulos.
Os 49 apartamentos, situados na freguesia do Montenegro, destinam-se a habitação em regime de arrendamento apoiado pelo município, correspondendo a 22 fogos de tipologia T1, 15 de tipologia T2 e 12 de tipologia T3.
A empreitada, financiada a 100% pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), tinha sido adjudicada em 2023 por um valor inicial de 5,3 milhões de euros mas, depois de concluída, a obra acabou por atingir o valor aproximado de 6,4 milhões de euros.
Em janeiro, o Governo anunciou o investimento de um milhão de euros na renaturalização da península do Ancão, incluindo a demolição de 49 construções nos núcleos nascente e poente da praia de Faro.
De entre as 49 edificações, 41 correspondem a agregados a realojar pelo município de Faro e oito a edificações que se encontram devolutas.
Existem, atualmente, 87 edificações nos dois extremos da praia de Faro, prevendo-se que, com a retirada das 49 edificações, permaneçam nestes núcleos 38 habitações e respetivos agregados familiares.
Das 49 construções sinalizadas para demolição, 37 estão localizadas no núcleo poente e 12 no núcleo nascente, embora ainda não haja data para a execução da operação.
As demolições na ria Formosa ao abrigo do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura--Vila Real de Santo António iniciaram-se em 2014 com o derrube de construções ilegais nos ilhotes.
Em 2015, avançaram as primeiras demolições na praia de Faro, seguindo-se depois, a partir de 2017, os núcleos do Farol e dos Hangares, na ilha da Culatra, sob forte contestação popular. Em 2018, encerrava-se o ciclo de demolições nas ilhas-barreira da ria Formosa.
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