A América Latina pensa em altura. Apesar de historicamente não terem muita fama, já que apenas 4% dos arranha-céus mundiais se encontram na região –, os países latino-americanos (ao todo são 21) estão aumentar a tendência para a construção em altura. O abrandamento das restrições em matéria aérea e o aumento da população urbana foram, a par do crescimento económico, os detonadores deste tipo de construção.
Alguns dados representativos: em 2013, mais de 100 edifícios latino-americanos superam os 150 metros de altura, sendo que para os próximos três anos está prevista a conclusão de mais de 20 edifícios com mais de 180 metros. O Panamá é o país que mais arranha-céus tem, com 20 dos 30 maiores edifícios existentes na região.
Atualmente, o Chile é o país onde se encontra o maior arranha-céus da América Latina, a Gran Torre Santiago (300 metros), um lugar que em 2011 era ocupado pela Torre/Hotel Trump Ocean (284 metros), no Panamá.
Apesar de ter sido inaugurada há já alguns meses, a Gran Torre Santiago continua desocupada. A empresa responsável pela sua construção, o gigante comercial Cencosud, ainda não apresentou um plano de ocupação e de impacto do tráfego que possa tranquilizar as autoridades.
O edifício principal é parte de um complexo que terá outros três edifícios, bem como o maior centro comercial do país, que já se encontra em funcionamento. O custo do projeto ronda os 500 milhões de dólares (36,7 milhões de euros).
Panamá, o paraíso das torres
 A maioria dos arranha-céus mais altos da América Latina encontra-se no Panamá. O segundo edifício mais alto da região, a Torre/Hotel Trump Ocean, conta, como o próprio nome indica, com a participação do multimilionário norte-americano Donald Trump. Para o erguer terão sido necessários cerca de 430 milhões de dólares (315 milhões de euros).
Trata-se de um arranha-céus com 248 metros que se encontra num terreno que foi “ganho ao mar” e que é o centro financeiro da capital panamiana. A diferença para a torre chilena é que o Trump Ocean abriu pouco depois de estar construído. Alberga, em 70 andares, 369 quartos, duas piscinas e sete salas de conferências.
O pioneiro
 Acredita-se que em breve esta região do continente americano terá tantos arranha-céus como as nações do hemisfério norte. Mas o primeiro país a reclamar a hegemonia arquitetónica foi o Brasil. O edifício Altino Arantes tem 150 metros que hoje não impressionam demasiado, mas que durante algum tempo chegou a ser a construção mais alta do mundo, à exceção dos edifícios erguidos nos EUA. As obras para “pôr o edifício de pé”, que tem 36 andares, ocorreram entre 1939 e 1947.
Um gigante sobre amortecedores
 A completar o pódio dos maiores arranha-céus da América Latina encontra-se a Torre Mayor, na cidade do México, que foi durante sete anos (2003-2010) – e até à finalização do Trump Ocean – o mais alto da região. De referir que os mexicanos foram os primeiros a atreverem-se a construir um edifício com 22 metros num lugar de alto risco sísmico. Mas este detalhe não foi esquecido, já que os 55 pisos e 29 elevadores foram alvo de estudos sísmicos rigorosos que determinaram a necessidade de construir 98 amortecedores para precaver a existência de sismos. De referir que o arranha-céus é detido pelo polémico George Soros, considerado pela revisa Forbes a sétima pessoa mais rica do mundo.
As outras torres gémeas
 A finalizar o “Top 5”, encontra-se um edifício localizado na capital venezuelana, Caracas. Apesar de poderem passar despercebidas, as Torres Gémeas do Parque Central foram um êxito na década de 1980, batendo vários recordes. Em causa estão dois arranha-céus venezuelanos que têm 56 andares e 225 metros de altura. Em 1987, tornaram-se nas mais altas da América Latina. Em 2004, um incêndio destruiu dez andares de uma das torres (a Este), sendo que o fogo durou 15 horas e que as obras de restauração ainda não estão por terminar.
Artigo escrito por Gorka Ramos, colaboradora do idealista News em Santiago do Chile
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para poder comentar deves entrar na tua conta