Stefano Boeri projetou pavilhões pré-fabricados de madeira e tecido, que serão instalados para receber postos de vacinação em praças por toda a Itália.
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Estes pavilhões pré-fabricados servirão para que as vacinas da Covid-19 cheguem a toda a Itália
Stefano Boeri Architetti

Depois de um 2020 em que a pandemia gerada pelo coronavírus foi a principal preocupação (e continua a ser em 2021), a chegada das primeiras vacinas permite ver o futuro com esperança. No entanto, um dos grandes desafios do poder público nos próximos meses é conseguir fazê-la chegar ao maior número de pessoas. Transportar, preservar e aplicar vacinas contra a Covid-19 em grande escala é uma operação delicada e complexa que requer planeamento e infraestrutura adequada.

Uma proposta para superar esses desafios foi a lançada por Stefano Boeri. Este arquiteto projetou pavilhões pré-fabricados de madeira e tecido, que serão instalados para receber postos de vacinação em praças por toda a Itália a partir das próximas semanas.

O trabalho foi desenvolvido a partir do pedido do Comissário Especial italiano para a emergência Covid-19, Domenico Arcuri, ao arquiteto Stefano Boeri, que, juntamente com uma equipa de consultores, e gratuitamente, concebeu e desenvolveu o conceito arquitetónico e comunicativo no qual se baseia esta campanha de luta contra o vírus.

A proposta integrada inclui três elementos: o logotipo da campanha nas suas diversas formas; o desenho dos pavilhões provisórios a serem utilizados para a administração da vacina nas principais praças italianas; e um totem de informações móvel a ser instalado em locais públicos.

Assim, cerca de 1.500 dessas estruturas serão instaladas nos próximos meses, sob a direção do comissário especial do país para a emergência Covid-19. Funcionarão como locais de distribuição para 3,4 milhões de doses da vacina Pfizer, que a Itália deve receber em janeiro, depois de ser o país europeu com o maior número de mortes em 2020.

Um dos objetivos do projeto era facilitar a implantação rápida. Para isso, Boeri projetou a base circular e a moldura do pavilhão para serem pré-fabricados em madeira estrutural. Este esqueleto é envolto num envelope de tecido à prova de água, que segundo o arquiteto é totalmente reciclável.

No interior, o pavilhão organiza-se em torno de um núcleo central, albergando zonas de serviço para os trabalhadores da saúde, incluindo casas de banho, vestiários e armazéns. Para separar os diferentes espaços, optou por um sistema de paredes têxteis flexíveis, também pré-fabricadas e pensadas para oferecer transparência e absorver o som.

Para mitigar o impacto ambiental da instalação de um grande número de pavilhões temporários, Boeri projetou-os para que possam ser facilmente desmontados e reutilizados em outro lugar. Além disso, a estrutura pretende ser autossuficiente em energia com um anel de painéis fotovoltaicos na cobertura projetado para fornecer eletricidade suficiente para atender às necessidades de todo o pavilhão.

O design gráfico das flores de Boeri também servirá como logotipo para a campanha de comunicação do país em torno da vacinação. Sob o lema “Com uma flor, a Itália volta à vida”, estará presente nas mensagens do governo, bem como nos “totens informativos” que serão instalados nos espaços públicos para educar os cidadãos sobre o processo.

“Com a imagem de uma flor de primavera, quisemos criar uma arquitetura que transmitisse um símbolo de serenidade e regeneração. A vacinação será um ato de responsabilidade cívica, amor ao próximo e redescoberta da vida. Se este vírus prendeu-nos em hospitais e residências, a vacina vai colocar-nos de volta em contato com a vida e a natureza que nos cerca ”, disse o arquiteto.

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